Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O governo do Rio de Janeiro determinou a proibiçãodas queimadas para a colheita da cana-de-açúcarno Norte Fluminense. A decisão passa a valer a partir desegunda-feira (8) e atende a uma solicitação doMinistério de Minas e Energia (MME). O anúncio foi feito hoje (5) pelosecretário Estadual do Ambiente, Carlos Minc. Segundo ele, adeterminação se baseia em leis dos governos federal eestadual que tratam do tema e prevêem pena de até cincoanos de prisão para os infratores. A partir da decisão,o corte da cana-de-açúcar continuará a ser feitomanualmente, mas sem a utilização do fogo como forma defacilitar o trabalho dos cortadores.Os municípiosde Campos (o principal produtor da cana no estado), Quissamã,São João da Barra, Cardoso Moreira e SãoFrancisco de Itabapoana serão os principais afetados com a nova medida. A solicitação da suspensãodas queimadas no processo de colheita da cana, feita pelo Ministériode Minas e Energia, foi motivada pelo apagão elétricoque atingiu todo o Espírito Santo e mais de 20 municípiosdo estado do Rio de Janeiro, em setembro deste ano. Relatórioencaminhado pelo ministério ao governo fluminense comprova queo blecaute que levou a um desligamento em cascata de váriaslinhas de transmissão foi causado pelas queimadas na regiãocanavieira, associado à poluição constatada nascadeias de isoladores próximas à subestaçãode Campos, no norte do estado. “Houve uma determinação doministro Hubner [Nelson Hubner, do MME] de interromper asqueimadas por causa do apagão que atingiu o Norte do Rio deJaneiro e o Espírito Santo. O governador Sérgio Cabraldeu ordens e nós convocamos a todos para que já, apartir de segunda-feira, as queimadas sejam suspensas”, declarouMinc. O secretário esteve reunido hoje (5) comtodos os envolvidos no processo, dos produtores e trabalhadores daagricultura aos órgãos fiscalizadores, para discutirformas de minimizar as perdas para os plantadores.Ele lembrou que o período da colheita vaide abril a novembro o que significa que cerca de 85% da safra jáfoi retirada. Segundo ele, o restante da plantação podeser cortada verde, embora a um custo maior e mais trabalhoso.Uma lei estadual proíbe as queimadas para acolheita da cana-de-açúcar em municípios do Riode Janeiro desde 22 de dezembro de 1992. A prática aindapersiste entre os produtores em razão do baixo custo.