Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Em São Paulo, uma manifestação que pedetransparência nas concessões de rádio e TV atraiu cerca de 150 pessoas àAvenida Paulista, segundo estimativas da Polícia Militar. O ato teve início às 12 horas, com a entrega simbólica deum contrato popular a representantes da TV Gazeta listando dez compromissos aserem assumidos pelas emissoras de rádio e TV.Hoje (5) vencem as concessões de uma série de veículos. Entre elas, emissoraspróprias e afiliadas da Rede Globo, Bandeirantes, Record e CNT/Gazeta.Os manifestantes, segurando balões coloridos com a frase da campanha“Concessões de rádio e TV: quem manda é você”, seguiram em passeata pela AvenidaPaulista em sentido ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), onde fizeram um novoato. A manifestação terminou por volta das 15 horas, na esquina da AvenidaPaulista com a Rua Augusta, quando os manifestantes soltaram os balões eentregaram uma cópia do contrato popular a representantes do grupo CBS, quedetém a concessão de várias rádios e cuja sede está instalada nesse cruzamento.Segundo Bia Barbosa, integrante da organização Intervozes – Coletivo Brasilde Comunicação Social, a manifestação pretende “sensibilizar e discutir com apopulação a questão das concessões no Brasil”. Barbosa disse ainda que o atonão é contrário às concessões e a nenhuma emissora em particular e que os manifestantes pretendemapenas denunciar o funcionamento e a exploração das concessões no país.“As poucas regras estabelecidas não são cumpridas pela imensa maioria dasemissoras comerciais e não há nenhum tipo de fiscalização do Ministério dasComunicações e da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações)”, afirmou.Durante a manifestação, foi entregue e protocolada na Justiça Federaluma ação civil pública contra três emissoras de TV paulistas que veiculampublicidade 24 horas por dia. De acordo com Barbosa, o limite para veiculaçãode publicidade pelas emissoras é de 25% da programação. Uma cópia da açãotambém foi entregue ao Ministério Público Federal.Também participaram do ato em São Paulo representantes da Central Única dosTrabalhadores (CUT) e da União Nacional dos Estudantes (UNE). As duas entidadesdefenderam a concessão de canais de rádio e TV para os movimentos sociais. “Hoje os movimentos sociais não tem instrumento de diálogo com o conjunto dasociedade com os quais possa discutir e apresentar suas opiniões e travar odebate democrático”, disse Lúcia Stumpf, presidente da União Nacional dosEstudantes (UNE). Segundo Antonio Carlos Spis, representante da CUT na Coordenação dos MovimentosSociais (CMS), “os meios de comunicação oficial deturpam e criminalizam osmovimentos sindical, social e estudantil”.Ontem (4), a CMS e outras organizações da sociedadecivil lançaram uma campanha pedindo melhores avaliações dasconcessões de rádio e TV no Brasil.