Construção civil destaca reestruturação do setor e espera crescimento com obras do PAC

05/10/2007 - 0h31

Lourenço Melo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Qualquer resultado obtido neste ano nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na área da construção civil será um bom começo. A afirmação foi feita pelo presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (CBIC), Paulo Simão. Segundo ele, se a construção civil crescer entre 5% e 15% a partir do ano que vem, será um resultado importante, pois o país passou 25 anos com o setor estagnado. De acordo com Simão, nesse período, tudo foi desmantelado, incluindo a organização dos três níveis de governo (municipal, estadual e federal) em torno da questão. Entretanto, ressaltou o empresário, a reestruturação do setor já está ocorrendo, embora ainda haja "descasamento" de iniciativas entre os governos federal, estaduais e municipais. Simão destacou que, sobretudo, nas duas últimas décadas, desestruturaram-se os órgãos que tratavam de investimentos para a construção. Ele disse que, no passado, o Brasil tinha um pacto muito bom de empresas de consultoria e projetos. "Era o melhor do mundo. Agora, elas [empresas] estão começando a se reorganizar". Apesar de destacar a falta de projetos e as dificuldades de gestão pública, ambiental e legal para as obras do PAC, o empresário mostrou-se confiante na reestruturação dessa área da indústria por meio de discussões entre os atores envolvidos.A CBIC é uma das entidades patrocinadoras do 79º Encontro Nacional da Indústria da Construção Civil, que está sendo realizando em Brasília desde quarta-feira (3). O presidente da instituição apontou problemas de garantia, seguro, burocracia de cartórios e falta de estímulo ao investidor como fatores que prejudicam o mercado imobiliário brasileiro. Para ele, é preciso estimular o comprador. Antigamente, quem comprava um imóvel financiado abatia parte dos juros no Imposto de Renda, lembrou Simão. Ele disse, entretanto, que a área econômica "é radicalmente contra" a restauração desse benefício. Além disso, ressaltou Simão, "o governo se preocupa muito em desonerar materiais de construção - o que é bom, sem dúvida - mas os empresários acham mais favorável desonerar o produto final".