Juliana Cézar Nunes
Enviada especial
Nova York - Doisencontros na próxima semana prometem estabelecer novas perspectivaspara a política internacional no que se refere às mudanças climáticas.O primeiro, em Nova York, convocado pela Organização das Nações Unidas(ONU), na segunda-feira, terá a participação da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.O segundo, em Washington, entre os dias 27 e 28, foi convocado pelo presidente do Estados Unidos,George W. Bush, e será acompanhado pelo subsecretário de AssuntosPolíticos do Itamaraty, Everton Vargas."A reunião da ONU não é uma reunião deliberativa. Ela enfatizae a traz a importância da questão, apontando para todos os paísesmembros algumas possibilidades para a conferência principal marcadapara dezembro, na Indonésia", explica o embaixador Especial para Mudança do Clima, Sérgio Serra.A discussão sobre o aquecimento global deve repercutir também na Assembléia Geral da ONU, que começa na terça-feira, com participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.De acordo com Serra, se, por um lado, o Brasil dá importância às discussões na ONU, o encontro marcado pelo presidente norte-americano chegou a levantar desconfiança na comunidadeinternacional. O evento será restrito a 15 países. "Vamos ouvir o queos americanos têm a propor, em uma atitude construtiva, mas de cautela,deixando claro que não queremos que isso seja um exercício alternativoou em competição com o verdadeiro regime de negociação", destaca Serra.A mobilização internacional em torno do debate sobre mudançasclimáticas tomou fôlego após a divulgação do mais recente relatório do PainelIntergovernamental em Mudança do Clima (IPCC). O relatório do IPCCaponta que a Terra vai se tornar mais quente até o ano de 2100, o quesignifica aumento do nível do mar e catástrofes naturais mais intensas.Pelas projeções dos 2,5 mil cientistas que participaram do estudo, oaumento será de 1,8 a 4 graus Celsius.Governos, empresas e organizações da sociedade civil discutemagora que medidas devem ser tomadas para reduzir a emissão de gasesapontados como causadores do efeito estufa. Os cientistas sugerem quesejam estabelecidas e cumpridas metas para emissão de gases. A ONUtambém espera que os países se preparem para os possíveis efeitos doaquecimento global, especialmente nas regiões mais pobres evulneráveis.