Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Dois relatores, um tucano e outro peemedebista, que participaram doprocesso por quebra de decoro de Renan Calheiros avaliaram de maneiradistinta a absolvição de hoje (12). A senadora MarisaSerrano (PSDB-MS), relatora do Conselho de Ética que pediu acassação de Renan, se disse “surpresa” com aabsolvição do presidente do Senado. “Ninguémaqui tinha o número exato de quem disse que ia votar sim ounão. Então não dá para fazer especulaçõessobre quem mudou de voto”, disse.“Eu acredito que osenador Renan saia enfraquecido, mesmo tendo uma vitóriaagora. O Senado está dividido e vai depender de muita costurapolítica para que ele volte a poder comandar esta Casa. Nãoacredito que ele renuncie à presidência depois de umavitória como esta. Se ele renunciar, depois de tanta briga,deixará a impressão de que houve um acordo”, avaliou.Ela disse que não tem conhecimento suficiente das outrasrepresentações. “Não foram analisadas comprofundidade para que a gente possa tomar alguma posiçãoa respeito delas.”Já o senadorAlmeida Lima (PMDB-SE), do mesmo partido de Renan e que apresentou umrelatório absolvendo-o, avaliou o resultado como uma “vitóriacoletiva do Senado Federal”. “A Casa se fortalece comoinstituição, embora o discurso tenha sido contrário.O Senado sairia completamente enfraquecido com a cassaçãodo senador Renan Calheiros”, disse.“A votaçãode hoje resulta num Senado livre, independente, autônomo, quepode exercer os seus poderes, a sua competência de formatranqüila, sem aceitar pressão de quem quer que seja,sobretudo num julgamento como este. Hoje nós estávamosfazendo um julgamento em que nos deveríamos ater basicamente àprova dos autos”, disse. “Os autos não continham nenhumaprova que levasse à conclusão de que o senador RenanCalheiros tenha quebrado o decoro parlamentar.”