Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, afirmou hoje (12) que o processo de julgamento do presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), afetou a imagem da instituição e sugeriu que a melhor forma de recuperá-la é a votação de projetos importantes.“Esse processo foi, reconhecidamente, muito desgastante para o Senado. Desgastou o senador Renan Calheiros, que enfrentou o processo, mas, com certeza, foi muito ruim para a imagem do Congresso, mesmo da Câmara. Você hoje tinha parlamentares brigando de soco com seguranças. Isso não é bom, de jeito nenhum. Passado o calor da luta, aquela peleja renhida que eles travaram, acho que é razoável que o pessoal converse. E a melhor forma de melhorar a imagem do Congresso é fazer votar projetos importantes", disse.Entre os projetos, o ministro citou o que desburocratiza a abertura e o fechamento de empresas: “Temos uma série de projetos lá, seja de autoria do governo ou de parlamentares, que gostaríamos de ver tramitando. Um deles diminui a burocracia na abertura e no fechamento de empresas, e é vital. Já foi aprovado na Câmara e na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, e só falta ser aprovado no plenário. Isso significa, na prática, que nós vamos dar mais condições para as empresas trabalharem e diminuir a burocracia – tempo, custo, dor de cabeça na vida do empreendedor.”Paulo Bernardo acompanhou a votação pela televisão, em um hotel na cidade, onde participou da abertura da Conferência Brasileira deSeguros, Resseguros, Previdência Privada, Saúde Suplementar eCapitalização (Conseguro).Segundo o ministro, passado o julgamento, o Senado deve adotar uma nova agenda política. “É um momento excepcional para as lideranças do Congresso, e particularmente do Senado, colocarem uma nova agenda, repactuarem o trabalho lá dentro. Isso interessa a todos e à democracia. Não é bom nós termos um dos poderes da República desgastado.”Sobre uma eventual troca de comando no Senado, Paulo Bernardo disse que o governo não vai interferir: “O governo não tem nada a ver com isso. O Congresso tem seus presidentes – tanto do Senado, quanto da Câmara – eleitos até 2009. E isso é um problema do Congresso.”