Diego Paes
Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A SuperVia, concessionária que administra as linhas de trens urbanos do Rio de Janeiro, decidiu demitir, por justa causa, o controlador de tráfego Edson Assumpção Filho eo maquinista Norival Ribeiro Nascimento, que conduzia o trem depassageiros que colidiu com um trem de carga no final de agosto, em Austin, na Baixada Fluminense. No acidente, oito pessoas morreram e 101 ficaram feridas.

De acordo com laudo feito por técnicos da SuperVia, houve falha humana e osfuncionários foram culpados pelo acidente, por terem cometido uma de seqüência de cinco erros e não terem se comunicado corretamente notrecho entre a estação de Comendador Soares e o local do acidente.

Opresidente do Sindicato dos Ferroviários do Rio, Walmir dos Lemos,entretanto, desqualificou o laudo da SuperVia, pelo fato de o documento considerarapenas as conclusões dos técnicos da própria empresa. 

"Aalegação da SuperVia é de falha humana, mas falha humana baseada em quê?Numa comissão onde só tem técnicos da própria empresa? Nós temosidentificação da localização do sinal onde o trem passou e depois veioa colidir com o outro, muito em cima de uma curva", afirma Lemos.

Ele aponta a falta deinvestimento no que chama de "material rodante" e diz que é comum encontrar trens deficientesde freio. "O problema da via permanente é que é muito sucateada, e a própriapressão psicológica e sobrecarga de trabalho aos trabalhadores", acrescentou.O Sindicatodos Ferroviários realiza, ainda hoje (12), assembléia em Deodoro,zona oeste do Rio, para decidir se, a partir de quandoe por quanto tempo vai entrar em greve.