Sindicalista diz que negociação com os Correios está esgotada e aposta em greve

12/09/2007 - 9h38

Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - Os trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) de todo o país realizam assembléias hoje (12) à noite para deliberar sobre uma greve por tempo indeterminado. O secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná, Nilson Rodrigues dos Santos, afirma que foram esgotadas todas as tentativas de  negociação.“Nestes últimos 45 dias apresentamos nossa proposta e a direção dos Correios  praticamente só ouviu, sem apresentar contrapropostas  que pudéssemos avaliar. A última, apresentada ontem, durante uma reunião em Brasília, estamos chamando de pacote de maldades", conta Santos.

De acordo com o sindicalista, enquanto a categoria reivindica reposição salarial de 47,77% (40,85% de perdas acumuladas entre 1994 e 2006 e 4,91% dos últimos 12 meses, conforme cálculos do Dieese), a empresa ofereceu 3,74% de reajuste. “Consideramos justo um aumento real de R$ 200, a contraproposta foi de aumento real de R$ 50, pagos só em janeiro. Portanto, a intenção é sair das assembléias já em greve. Queremos um piso salarial de R$ 1.089,48, licença-maternidade de 6 meses, segurança nas agências dos Correio, adicional de periculosidade.”

Pelos cálculos do sindicato paranaense, cerca de 110 mil pessoas trabalham nos Correios em todo o país. Desse total, 56 mil receberiam salários inferiores a R$ 800. Um carteiro teria salário inicial bruto de R$ 524,08.