Resultado do PIB reduz temor de pressões inflacionárias, aponta economista

12/09/2007 - 18h30

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O economista Salomão Quadros, coordenador de Análises Econômicas do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas, considerou o crescimento de 5,4% do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre, em relação a igual período de 2006, uma taxa elevada que o país não via há cerca de dez anos, nessa base de comparação.

Ele ressaltou, no entanto, que nesse mesmo período do ano passado a base estava baixa: "Então, já era  esperada uma taxa forte, comparada à do segundo trimestre do ano passado, e isso se confirmou – é a maior dos últimos dez anos, nessa comparação”.

Em termos conjunturais, Salomão Quadros destacou como fator positivo o fato de o crescimento do PIB, apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), anular as discussões sobre a possibilidade de aquecimento acentuado da economia, o que poderia levar a uma pressão inflacionária.

Segundo o economista, a análise dos dados com ajuste sazonal em relação ao trimestre anterior mostra mais uma "leve desacelerada", o que significa que o crescimento do PIB no segundo trimestre de 2007 foi de 0,8%, contra 0,9% no trimestre anterior e contra 1% no quarto trimestre de 2006.

“Na verdade, a economia não está numa fase de expansão descontrolada. Embora esteja bem, crescendo bastante, hoje em dia voltou a ser uma preocupação a possibilidade de crescimento a uma velocidade incompatível com a estabilidade de preços e, com isso, as pressões inflacionárias começarem a se manifestar. Acho que esse resultado dá uma suavizada nessas preocupações”, argumentou Quadros.Ele lembrou ainda que o investimento aparece com destaque no resultado do PIB – crescimento pelo décimo-quarto mês consecutivo, com expansão de 13,8% no segundo trimestre de 2007, a maior taxa desde o segundo trimestre de 2004, quando atingiu 14%. E que houve também aumento do consumo das famílias, "mas sem explosão".