Recursos para desenvolvimento indígena crescerão em 2008, prevê presidente da Funai

12/09/2007 - 14h40

Luciana Vasconcelos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente daFundação Nacional do Índio (Funai), MárcioMeira, avisou que no ano que vem o orçamento para fundaçãoserá 60% maior. Ele fez o comentário respondendo apedido de mais investimentos do governo federal na feito porlideranças da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, emRoraima."Dentro desseorçamento, os recursos voltados a programas deetnodesenvolvimento terão também um aumentosignificativo. Esperamos aumentar o investimento", disse opresidente da Funai. O pedido dos índios foi feito hoje (12)durante assinatura de carta-compromisso, no Palácio doPlanalto, em Brasília."Não adianta terterra demarcada se não tem nada produzido", disse orepresentante da Sociedade de Defesa dos Indígenas Unidos doNorte de Roraima (Sodiur) Lauro Joaquim Barbosa.Ocoordenador-geral do Conselho Indigenista de Roraima (CIR), DionitoJosé de Souza, contou que os índios estãoestudando e buscando melhorias na região. "Queremos maisinvestimentos", afirmou. "A gente teve que buscar opensamento de empresário porque a gente foi chamado depreguiçosos, incapazes. Então nós queremosmostrar isso. Hoje somos pequenos fazendeiros, estamos estudando naacademia [universidade]. Então, tudo isso representauma disposição dos povos indígenas, umapreparação", observou.O presidente daFunai rebateu as críticas de que índio é sóquem "anda pelado na mata, caçando e pescando".Segundo ele, essa é uma visão ultrapassada. "Nãoé porque ele faz universidade, vira advogado ou médicoque ele deixa de ser índio. Pelo contrário, a suaafirmação étnica é algo que ganha umcontorno mais importante quando ele pode se afirmar sempre na suacidadania", ressaltou.A lei determina que os 1,7 milhãode hectares da Raposa Serra do Sol são de direito dos 18 milindígenas que vivem na região. O decreto de homologaçãoda área foi assinado pelo presidente Luiz Inácio Lulada Silva em maio de 2005.De acordo com o Instituto Nacionalde Colonização e Reforma Agrária (Incra), oprocesso de reassentamento dos não-índios da reservavem sendo realizado desde o ano passado. Para atendê-los, oIncra destinou 31,3 mil hectares de terras da União e 188famílias estão em processo de reassentamento, segundoinformou o instituto.