Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro de Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia, disse hoje (12), ao comentar as conseqüências do julgamento do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que, independentemente do resultado, será preciso "acalmar" os parlamentares depois da votação. O Senado está julgando hoje processo de cassação do mandato de Renan por quebra de decoro parlamentar.“Qualquer que seja a decisão, vamos ter que acalmar os que queriam uma coisa e os que queriam outra. Acalmar, baseados no respeito à instituição”, afirmou o ministro. Segundo ele, a decisão é de uma instituição (Senado) formada por pessoas que foram eleitas pelo povo e, qualquer que seja ela, a Casa tem que ganhar, não tem que perder. “Se não for assim, não acreditamos nas instituições”, ressaltou Mares Guia. Questionado sobre o andamento dos trabalhos no Congresso Nacional após o julgamento de Renan, o ministro lembrou a cassação do ex-presidente da República e atual senador Fernando Collor (PTB-AL). “No dia seguinte, tem a rotina. Quando o ex-presidente Collor foi cassado, não teve tanque na rua, a bolsa não caiu, não teve crise. No dia seguinte, o país funcionou”. Mares Guia disse que hoje, enquanto almoçava com o presidente da Câmara do Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), recebeu uma ligação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está em visita aos países nórdicos. No telefonema, o ministro disse ter informado a Lula que o Senado está reunido em sessão secreta, sobre a qual não tinha informações.O ministro passa o dia de hoje na Câmara, recebendo deputados que solicitaram audiência, procedimento que tem sido adotado periodicamente por ele. Cerca de 35 parlamentares têm horário marcado para falar com Mares Guia. As audiências com parlamentares ocorrem perto da votação da proposta que prorroga a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) em comissão da Câmara. “Estou atendendo deputados, tanto da base quanto da oposição, em relação às necessidades deles, a interação nossa e pedindo para todo mundo votar a CPMF", informou.