Grazielle Machado
Repórter da Agência Brasil
Brasília - AAgência Nacional do Cinema (Ancine) quer regulamentar aatividade dos cineclubes no Brasil, definir critérios paraseu registro facultativo e estabelecer políticas de financiamento público. Para isso, colocou em consulta públicaum documento com possíveis normas, na expectativa dereceber sugestões e críticas. A consulta públicatermina hoje (12).As propostas serão analisadas pela diretoria da agência, que pretende oficializar as medidas ainda este ano. Em junho, o assunto também foi discutido no Seminário Internacional sobre Diversidade Cultural. Pelos cálculosda Ancine, existem cerca de 600 cineclubes no país.Eles se caracterizam comosalas de cinema não comerciais que exibem filmesgratuitamente, democratizando o acesso à cultura. De acordo com o diretor da Ancine, Leopoldo Nunes daSilva Filho, os cineclubes funcionam em locais variados, desdeescolas e universidades, associação de moradores egaragem de casas."Se não édefinido o que não é comercial, esses estabelecimentosficam sujeitos à mesma lei que rege o cinema comercial e issoimplica, entre outras coisas, em cobrança de direitosautorais", explica Silva Filho.Segundo ele, com o reconhecimento, oscineclubes poderão participar dos programas de financiamentodo governo e terão acesso facilitado aosequipamentos e cópias de filmes. “A Ancine vai fazer um cadastro dos cineclubes e isso permitirá o surgimento denovas políticas voltadas para o setor.”O presidentedo Conselho Nacional de Cineclubes, Claudino de Jesus, considera aconsulta pública uma iniciativa importante."Qualquer um pode querer ser um cineclubista, basta ter aintenção de exibir os filmes a gerar uma discussãoem torno disso. Hoje o movimento apóia muito a produçãoalternativa do país", ressalta Jesus.De acordocom ele, o cineclubes enfrentam diversos problemas. Entre eles,a dificuldade de acesso aos filmes e a proibiçãode exibir produções que tenham direitos autorais.