Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Suécia, terceiro destino do presidenteLuiz Inácio Lula da Silva na viagem aos paísesnórdicos, é a nação com a qual o Brasiltem relações econômico-comerciais mais intensasnessa região da Europa.O intercâmbio comercial dos dois paísescresceu 90% desde 2002 e alcançou US$ 1,44 bilhão em2006, com saldo negativo para o Brasil de US$ 453 milhões.Café não-torrado em grão, sulfetos de minériosde cobre, álcool etílico e carne bovina desossada foramos principais produtos exportados pelo Brasil. As autopeçasdominaram a pauta de importações brasileiras da Suécia.Entre 2000 e 2005, a Suécia investiuUS$ 3,3 bilhões no Brasil, tornando-se o décimo maiorinvestidor estrangeiro no país. Os negócios e asindústrias sueca no Brasil faturam cerca de US$ 13 bilhõespor ano e empregam mais de 30 mil trabalhadores. A tendênciaé de crescimento, segundo estudo realizado pela câmarade Comércio Sueco-Brasileira com executivos das 40 maioresempresas suecas com investimentos no Brasil. O estudo, divulgado peloItamaraty, mostra que 62,5 % das empresas pretendem aumentar suaprodução, 52,5% pretendem contratar mais empregados e42,5% têm intenção de investir ainda mais noBrasil.O fluxo comercial entre Brasil e Finlândia –primeira parada da maratona presidencial pelo norte europeu – foide US$ 943,64 milhões em 2006, com saldo negativo pra o Brasilde US$ 24 milhões. Há 43 empresas finlandesas ematuação no mercado brasileiro, com um estoque deinvestimentos de US$ 1,65 bilhão. Metade dessas empresasinveste na área produtiva e de pesquisa.O focoeconômica da visita presidencial ao país, de acordo como Ministério das Relações Exteriores(Itamaraty), será justamente a atração de novosinvestimentos para o setor produtivo brasileiro, com transferênciade tecnologia. Papel e celulose, telecomunicações,energia, metalurgia e mineração são os setoresque mais interessam às empresas finlandesas, segundo oDepartamento de Promoção Comercial do ministério.No caso da Dinamarca, o estoque de investimentosno Brasil é de 1,5 bilhão – cerca de 90% emempreendimentos industriais, com ênfase na fabricaçãode produtos químicos, alimentos e bebidas e produtos de metal.As trocas comerciais entre Brasil e Dinamarca ainda são muitopequenas e concentradas: US$ 487,49 milhões em 2006. Aexpectativa divulgada pelo governo brasileiro é dinamizartanto comércio quanto investimentos. A empresa P.Moller-Maersk, que atua na área de navegação eexploração de petróleo em parceria com aPetrobras, deve anunciar novos investimentos já durante avisita do presidente Lula ao país.A Noruega, por sua vez, já vem investindode forma crescente no Brasil – apenas em 2006 foram US$ 339milhões. Segundo dados do Ministério das RelaçõesExteriores, o país investe aqui dez vezes mais que a China etem grande interesse em parcerias nos setores de energia (petróleo,gá se biocombustíveis), industrias naval (off-shore)e aeronáutica (aviação regional), financeiro eturismo. Quanto ao comércio bilateral, a expectativaapontada pelo governo brasileiro é ultrapassar pela primeiravez, em 2007, o montante de US$ 1 bilhão. O intercâmbiosaltou de US$ 435 milhões em 2001 para US$ 932 milhõesno ano passado, mas apenas dois produtos respondem por 70% das nossasexportações: alumina calcinada e grãos desoja.Hoje, Finlândia, Suécia, Dinamarca eNoruega não figuram entre os 12 maiores compradores oufornecedores do Brasil, embora o país seja o principalparceiro comercial e de investimentos dessas nações naAmérica Latina. O intercâmbio comercial com os quatronórdicos, somados, foi de US$ 3,9 bilhões em 2006,equivalentes a 1,7% de todas as trocas brasileiras. Para se ter umaidéia, no mesmo período a corrente de comérciodo Brasil com os Estados Unidos e a Argentina, nossos dois principaisparceiros, alcançou US$ 39,52 bilhões e US$ 19,7bilhões, respectivamente.