Mirando 2010, “bloco de esquerda” nasce para pressionar governo sem oposição

03/09/2007 - 22h15

Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Seis partidos que fazem parte da coalizão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, anunciaram oficialmente hoje (3) a criação em São Paulo de um bloco partidário. O Auto-entitulado “bloco de esquerda” é formado por o PDT, PCdoB, PSB, PHS, PMN e o PRB. O lançamento contou com lideranças dos partidos como o ex-presidente da Câmara Aldo Rebelo (PCdoB-SP), o ex-ministro da Integração Nacional e deputado com maior votação proporcional Ciro Gomes (PSB-CE) e o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical.Um dos objetivos da mobilização é “levar o governo para os compromissos que ele assumiu na campanha eleitoral”, segundo o líder do bloco na Câmara dos Deputados, Paulo Pereira da Silva. “O bloco tem também por obrigação tentar puxar o governo para os interesses da população, para o interesse dos trabalhadores, do setor produtivo. [A intenção] é pressionar o governo para que o governo siga o programa que ele tinha se comprometido”, disse.“Nós ajudamos o governo do presidente Lula, mas não estamos satisfeitos com tudo", afirma Aldo, que já foi ministro das Relações Institucionais de Lula. "O amigo verdadeiro não é apenas aquele que bate nas costas no momento da vitória, é aquele também que tem a coragem, a franqueza e a grandeza de criticar e observar o que não está certo”, afirmou.As eleições municipais do ano que vem e até a sucessão presidencial de 2010 estão na mira do bloco de esquerda. Paulinho da Força, como é conhecido, considera ainda que o bloco deve servir para fortalecer os partidos para as eleições municipais de 2008. “Estamos tentando ir para as eleições de 2008 para fazer com que, em todas as cidades do Brasil, a gente possa se unir. E se a gente conseguir fazer isso bem, aí dá para pensar em 2010”, disse.Aldo também considerou que a formação do bloco pretende fortalecer as candidaturas dos partidos participantes. “Na política, eu não conheço a história de se dar a vez a ninguém. Se você quer ter a sua vez na política você tem que disputar e ter força e é o que nós estamos procurando fazer”, disse.Os seis partidos do bloco já haviam lançado em junho uma frente parlamentar na Câmara dos Deputados. Com uma bancada de 73 deputados em exercício, atrás apenas da do PT (82 deputados) e do PMDB (93 deputados), a frente prometia atuar em conjunto para aprovar projetos que, segundo os partidos que a integram, ajudariam o país a se desenvolver com distribuição de renda.