Stephanes diz a cooperativistas que solucionar dívidas é prioridade da pasta

03/09/2007 - 17h42

Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - Oministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, ReinholdStephanes, disse hoje (3) às lideranças cooperativistasdo Paraná que o momento é de otimismopara a agricultura brasileira. “Asperspectivas sãopositivas, principalmente em função da elevaçãoda renda em países que importam do Brasil, gerando com isso umaumento na demanda por produtos nacionais, com destaque para oaspecto de preços e mercado, que vivem umbom momento”,afirmou o ministro noFórum dos Presidentes das Cooperativas Agropecuárias ede Crédito do Paraná, promovido pelo SistemaOrganização das Cooperativas do Paraná (Ocepar).Eleressaltou, no entanto, que o governo não pode perder o foco dealgumas questões, entre as quais o endividamento,umdos principais assuntos discutido no fórum. Segundoo ministro, equalizar as dívidas, proporcionando estabilidadeaos produtores, é uma das principais prioridades doministério. “Oideal seria estabelecer uma política agrícola quecombine renda, capacidade de pagamento e juros, e prevenir oendividamento, mas alguns critérios que estamos adotando vãotranquilizar o agricultor para que ele possa plantar a safra deverão", disse.Oendividamento do agricultor brasileiro,segundo o ministroé uma questão difícil, complexa, porque vemacontecendo desde o início da década de 1990. Sãovários tipos de rolagem, vários motivos que levaram aesse endividamento, de acordo com o ministro. Afrustração dassafrasa 2003/2004 e 2004/2005 agravaram ainda mais o problema. “Oque se conseguiu neste momento foi acertar que as dívidas como custeio dessas safras fossem jogadas para a frente e prorrogados osempréstimosde investimentos realizados nesse período”, disse Stephanes.Arolagem de 70%dos empréstimos (oagricultor paga 15% e 15%sãode rebate desta dívida) está em discussãoporque,segundo o ministro, oBanco do Brasil está exigindo análise caso a caso, ouseja,não está rolando automaticamente os 70%. “Obanco está averiguando se o agricultor tem condiçõesde efetuar o pagamento, e isso está atrasando a liberaçãodos financiamentos”,explicou.ReinholdStephanes disseque o agricultor ao procurar o Banco do Brasil está sendoorientado avoltarem outro dia. “Oagricultor não tem tempo para isso e estásendo constrangido a liquidar um débito que não temcondições de liquidar,mas já estamos resolvendo essa questão”, disse oministro. Osrecursos tomados no Banco do Brasil para o custeio das safras de2003/2004,2005/2006e 2006/2007 foram divididos em cinco parcelas, e umavenceria este ano. Aos empréstimos de investimentos que tinham taxas de juros superiores a 8,75% foi dado um rebate de 15% na parcela. O agricultor pagará 15% e pode prorrogar o saldo restante para um ano após o final do contrato.