Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Manaus - O fortalecimento de organizações comunitárias, a introdução de novas tecnologias para uso de recursos naturais da Amazônia, a qualificação do trabalho e aumento da renda mensal das populações tradicionais da região são alguns dos resultados obtidos a partir do Projeto Manejo dos Recursos Naturais da Várzea (PróVárzea). A avaliação é do diretor de estatística pesqueira da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca (Seap), Mauro Rufino, que apresentou ontem (31) os desdobramentos do projeto, no evento organizado pela coordenação do PróVárzea.Participaram do encontro representantes da sociedade civil, apoiadores do projeto e membros do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). "São muitos os resultados, metodologias e experiências que o ProVárzea gerou nesses últimos sete anos, mas vemos que os principais foram os que influenciaram a formulação de políticas públicas a partir da construção de um espaço de negociação e discussão junto à sociedade civil", disse Rufino."Apesar de ser um órgão ambiental, o Ibama rompeu um paradigma ao investir nas pessoas. São elas que manejam os recursos e são elas que podem degradar ou não o meio ambiente". De acordo com o coordenador do PróVárzea, Marcelo Raseira, o manejo e a comercialização do camarão de água doce é um dos destaques do projeto, pois proporcionou a duplicação do tamanho médio do camarão capturado, a diminuição de custos da pescaria e o incremento da renda familiar."Desde 2001, o projeto colabora para a elaboração de políticas públicas adequadas à varzea e ao desenvolvendo sistemas de manejo adequados aos recursos naturais". Segundo a representante do Ministério do Meio Ambiente, Onice Dall Oglio, os resultados apresentados nesta sexta-feira receberão apoio da pasta e servirão de base para formulação de outras políticas públicas que considerem as características das populações tradicionais da Amazônia."Os resultados vão servir de base para o novo programa que o ministério está construindo para a região amazônica. Ainda está em formatação, mas vai fomentar duas linhas de trabalho: produção sustentável e gestão ambiental e ordenamento territorial".Embora 2007 seja o último ano previsto para o PróVárzea, a coordenação do projeto está em vias de aprovar a continuidade de algumas atividades e ações por meio de uma nova iniciatica: a criação do Centro de Pesquisa e Gestão da Biodiversidade Aquática e dos Recursos Pesqueiros Continentais da Amzônia (Cepam)."O Cepam vai internalizar as ações do PróVárzea. Estamos em discussão com a Universidade Federal do Amazonas para concretizar uma parceria para viabilizar essa idéia. A idéia é que esse centro possa dar continuidade e ampliar a escala dessas experiências para outros estados da Amazônia".De acordo com a direção do PróVárzea, 25 subprojetos receberam apoio direto e pelo menos 115 mil pessoas foram atendidas em 39 municípios do Amazonas e Pará.