André Souza
Da Voz do Brasil
Brasília - O plástico PET,muito usado pela indústria para engarrafar refrigerantes esucos, vai ter novas regras de reciclagem. Até 13 de setembro,a sociedade vai poder mandar sugestões à AgênciaNacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), participando da Consulta Pública n.º 74, de 10 de agosto de 2007.Oobjetivo é garantir o reaproveitamento seguro do plásticoPET para produzir novas embalagens de alimentos, o que atualmente éproibido. A consulta está disponível no sitehttp://www.anvisa.gov.br/scriptsweb/consulta_publica/consultas_paginado.asp?ano=2007O gerente de Açõesde Ciência e Tecnologia de Alimentos da Anvisa Lucas Dantasexplica a razão de só agora essas normas sanitáriasserem discutidas. “Algumas indústrias do setor de embalagensplásticas conseguiram implantar novas tecnologias que permitemlimpar e descontaminar esse tipo de material, independentemente dosistema de coleta, mas a Anvisa não conseguiu avançarnesse assunto internamente, uma vez que toda a legislaçãoestá vinculada ao Mercosul”, diz ele.Dantas se refere àpadronização das normas sanitárias entre ospaíses do bloco econômico, que permite a livrecirculação de alimentos entre eles. Após arealização da consulta, a Anvisa vai submeter as novasregras à Comissão de Alimentos do Mercosul.Os outrospaíses do bloco (Argentina, Uruguai e Paraguai, além daVenezuela, que está em processo de adesão) tambémestão fazendo consultas públicas e vão submetersuas regras à comissão. Após a aprovaçãoda nova legislação, prevista para o início de2008, os países vão ter um prazo de 180 dias paraaplicar as novas regras.Marcos Schatz, gerenteadministrativo da empresa Arteplás, que recicla plásticoPET sediada em Itajaí (SC), afirma que asexigências para a reciclagem são maiores quando setrata de embalagens de alimentos. “Antes de enviarmosqualquer sugestão, esclarecimento ou dúvida, precisamos de fundamento técnico. Isso é muitocomplicado. Como está sendo feita essa exigência para osfabricantes de embalagens a partir de PET reciclado, em relaçãoao maquinário, ao processo, são poucas plantas [fábricas] noBrasil hoje, ou nenhuma, que conseguiria atender as exigênciasda Anvisa”, diz Schatz.Dados da Associação Brasileira da Indústria doPET (Abipet) revelam que, em 2005, foram fabricadas 374 mil toneladas de plásticoPET e recicladas 174 mil toneladas.