Representantes de países sul-americanos avaliam segurança sanitária

30/08/2007 - 22h27

Erich Decat
Da Agência Brasil
Brasília - Representantes de nove países da América do Sul – Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela – e do Brasil discutiram hoje (30) as estratégias desegurança que cada um implementa no controle de surtos e ememergências epidemiológicas. 

O debateatende às demandas do Regulamento SanitárioInternacional da Organização Mundial de Saúde(OMS), que estipula ações governamentais a serem realizadas no combate às epidemias. Entre essas ações, segundo o diretor de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, Eduardo Hage, está a avaliação da capacidade nacional em detectar e responder às emergências. “A partir desse diagnóstico é precisoidentificar as áreas que devem serpriorizadas, para que o país adquira, em um curto período,uma melhor capacidade de evitar a disseminação dedoenças”, explicou.A implementação de novos mecanismos para detectar problemas no setor de vigilância sanitária também foi debatida no encontro. "Avigilância epidemiológica, que é o mecanismoutilizado por todos os países para detectar rapidamente umsurto e intervir sobre ele, não é adequada para omomento atual. Os instrumentos utilizados hoje foram criados há10 anos e desde então houve um crescimento considerável no fluxo de pessoas e de mercadoriasentre os países”, avaliou.

Hage citou como exemplo de novos instrumentos de vigilância oscentros que reúnem um aparato tecnológico capaz de permitir o monitoramento dos eventos em todo o país: “Isso pode ser feito,por exemplo, por meio do material da imprensa publicado sobre o assunto”.

Desde março de 2006 o Brasil conta com o Centro de InformaçõesEstratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs),em Brasília, e até 2011, segundo o diretor, serão 53 unidades com capacidade técnicae operacional para rastrear as ocorrências. O investimento previsto é de R$ 5milhões.

O Brasil deverá investir também em unidades de vigilância dentro dos hospitais. “O objetivo édetectar problemas rapidamente, para evitar a propagaçãode uma doença. Até o final do ano vamos implantar, emtodo o país, 190 núcleos de vigilânciaepidemiológica nos hospitais”, adiantou Hage.

Oregulamento da OMS, aprovado pelos 192 paísesda Assembléia Mundial da Saúde, entrou em vigorem junho e estipula prazo de cinco anos para que todos os integrantes tenham capacidade de detectar e de conter as doenças.