Recente alta dos alimentos não deve comprometer meta de inflação, avalia Mantega

30/08/2007 - 21h41

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou hoje (30) que a recente alta no preço dos alimentos, apontada por alguns índices de inflação, não deve comprometer a meta de 4,5% no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). “Esse movimento é apenas sazonal e não deve interferir na inflação deste ano”, argumentou Mantega após reunião ministerial na Granja do Torto.Em agosto, o IPCA-15 (que registra a inflação entre o dia 15 de um mês até o dia 15 do mês seguinte), acelerou para 0,42%, quase o dobro do 0,24% registrado em julho. O principal fator para a alta foram os alimentos, que subiram 1,61%. Somente o leite e seus derivados aumentaram 10,62% nos últimos 30 dias e foram responsáveis por 0,23 ponto percentual – mais da metade – do último índice.Mantega ressaltou que as estimativas do Boletim Focus, pesquisa semanal feita pelo Banco Central com cem instituições financeiras, apontam que o IPCA fechará 2007 em 3,7%. “O próprio mercado prevê que a inflação encerrará o ano bem abaixo da meta”, salientou o ministro. “Não há por que temer uma alta provocada por alimentos que estão em entressafra.”Mantega ressaltou ainda que o governo mantém a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 5% para este ano, conforme previsto no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A turbulência no mercado financeiro internacional provocada pela crise no mercado imobiliário americano, ressaltou ele, deve ter impacto mínimo sobre a expansão da economia brasileira.Durante a reunião ministerial de hoje (30), a segunda do atual mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro apresentou estimativas de instituições financeiras que apontam redução entre 0,1 e 0,3 ponto percentual no crescimento do PIB caso a instabilidade nas bolsas de valores se prolongue. Mantega, porém, ressaltou que não acredita que isso vá ocorrer. “Esses números valem apenas para o pior cenário e, mesmo se a economia brasileira tiver algum impacto, ele será irrelevante”, avaliou, na saída do encontro.