Marcia Wonghon
Repórter da Agência Brasil
Recife - Alternativas para ampliar o usodo conhecimento gerado nas universidades públicas, em benefício do aumento dacompetitividade econômica das empresas e também da melhoria da qualidade devida da população brasileira estarão sendo debatidas, na capital pernambucana, hojee amanhã (31), por secretários estaduais de Ciência e Tecnologia de todo opaís.
Eles participam no Hotel Dorisol, no bairro dePiedade, do Fórum Nacional do Conselho de Secretários estaduais para assuntosde Ciência e Tecnologia.
Ao abriro evento, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, defendeu que é precisodirecionar a inovação para as classes menos favorecidas. “Da mesma forma que os pesquisadores sabem fazer inovação para aindústria automobilística, com objetivo de produzindo carros mais econômicos, épreciso pensar em inventos que contemplem quem vive da atividade agrícola, dacaprinovinocultura, do trabalho nas casas de farinha e da comercialização domel de abelha. O essencial é aliar asabedoria do povo ao conhecimento dos cientistas, com a finalidade detransformar oportunidades difíceis, em uma vida melhor, nas áreas mais sofridasdo país,” destacou.
Segundo o secretário executivo do Ministério da Ciência e Tecnologia,Luiz Antônio Rodrigues, o novo Plano sobre a questão da Ciência, Tecnologia eInovação, que deve ser lançado pelo governo federal até o final de setembro, emarticulação com os estados e instituições parcerias, pretende dar sentido degovernança ao crescimento dos recursos a serem destinados ao setor, nospróximos anos. "A estratégia é trabalhar no sentido de produzira agenda da inovação, voltada para as áreas econômica e social”, declarou.
Rodrigues disse ainda que os investimentos federais em ciência etecnologia vêm crescendo nos últimos anos uma vez que no ano passado foram aplicadosno setor pouco mais de R$1 bilhão, enquanto para este ano a expectativa é chegar a R$ 1,5bilhão. O secretário destacou quePernambuco reúne potencial para investir em ciência e tecnologia em áreas comocultivo de mudas de cana-de-açúcar de excelência, voltada a produção de combustíveis como o etanol.
O secretário de Ciência e Tecnologia do estado, Aristides Monteiro, informou que o governo possui um projeto para desenvolver pesquisas que fortaleçam pólo do gesso, no Araripe, o setor de couro, no Agreste e a fruticultura, no sertão.
Sobre a reivindicação dos secretários para construção de umarede de parques tecnológicos, financiados com recursos federais, Luiz AntônioRodrigues disse que não existe condições atualmente para implementar oprojeto. “ Não podemos ter um parque tecnológico em cada estado. É necessário que os estados definam projetos de parques tecnológicos integrados a umsistema local de inovação com os arranjos produtivos e empresas encubadas, quedesenvolvam procedimentos com capital do empresário empreendedor, paraincrementar renda", disse ele.
Segundo o secretário estadual de ciência etecnologia da Bahia, Ildes Ferreira, um parque tecnológico, que está em fase deconstrução no estado, com financiamento de R$ 27 milhões do governo federal emais R$ 15 milhões do governo do estado, vai priorizar as áreas de energia, (incluindobiocombustíveis), tecnologia da informação e medicamentos.
No final do encontro os secretários deciência e tecnologia pretendem divulgar a carta de Recife, um documento comproposições a serem apresentadas ao governo federal.