Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje (30) que, até o final do governo Lula, o país já não estará gastando mais do que arrecada, zerando assim o déficit nominal nas contas públicas, diferença entre arrecadação e gasto do governo, incluído o pagamento dos juros da dívida.Após reunião ministerial na Granja do Torto, a segunda do atual governo, o ministro chamou a atenção para os resultados fiscais do setor público em junho, que registrou o menor déficit nominal da história, segundo ele: 2,08%, contra 3,3% no mesmo mês do ano passado.Para Mantega, a turbulência financeira provocada pela crise no mercado imobiliário dos Estados Unidos terá pouca influência sobre a economia brasileira. Ele destacou que o saldo de capitais se manteve positivo nas últimas três semanas. “Nesse período, saíram muitos capitais do Brasil, mas os recursos que entraram superaram as retiradas”.O déficit nominal zero era uma proposta do candidato Geraldo Alckmin durante a campanha presidencial do ano passado. Seu programa de governo apontava a falta de investimento como o principal motivo para a economia brasileira crescer menos que a média mundial e defendia a redução de despesas correntes.Movimentos sociais, no entanto, preocupam-se com os critérios utilizados para cortar gastos. No início do segundo mandato de Lula, o Fórum Brasil de Orçamento (FBO), rede fomada por 54 organizações dasociedade civil, enviaram uma carta ao presidente pedindo transparência na execução do Orçamento.O ministro afirmou que o Brasil caminha para um novo modelo de desenvolvimento, baseado no crescimento sustentável, e está registrando “crescimento vigoroso” da economia, com distribuição de renda e redução da pobreza. O Produto Interno Bruto (cresceu) 3,7% em 2006, pela nova metodologia do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As previsões para este ano têm variado de 4,3% a 5%.Segundo ele, o atual desempenho da economia brasileira pode ser explicado pelo aumento do poder de consumo da população, provocado pelo crescimento do emprego e da renda, além das medidas que facilitaram a obtenção de crédito. “Em quatro anos, o total de créditos concedidos no Brasil triplicou”.Mantega disse ainda que os programas sociais do governo também são responsáveis pelo aumento de consumo interno, que registra crescimento de 13% ao ano, segundo ele.