Agricultores pedem mais atenção para problemas fundiários no sul do Amazonas

30/08/2007 - 20h07

Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Manaus - Produtores rurais dosul do Amazonas exigiram hoje (30) mais atençãodo poder público para as questões fundiárias que, segundo eles, impedem o desenvolvimento da atividade agrícolana região. As reclamações foram feitas no último dia de programação do 1º Encontro Estadual de Trabalhadores da Agricultura Familiar. Conhecida como Rosa Sem Terra, a líderSaloni Santos de Barros, da Associação dos Produtores Rurais e Agroextrativistasdo Projeto de Assentamento do Seringal Santo Antônio,localizada em Lábrea, disse que vive "numa área de conflitos de terras desde 2004". Ela explicou que "lá existem grandesfazendeiros que desabrigam agricultores à força para ampliar suas terras" e informou que a associação tem 1,5 mil inscritos, à espera de serem assentados pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). "Nosso pedido é que o Incra faça a demarcação da área e legalize a situação dessas famílias", disse, ao lembrar que o instituto já "nos garantiu isso para este ano". A região citadapor Rosa Sem Terra é chamada de Gleba do Iquiri efica a 700 quilômetros da capital, Manaus. De acordo com o Incra, são 37 mil hectares, dos quais 12 mil jáforam arrecadados e serão utilizados para o assentamento de 126 famílias cadastradas. No sul do estado, o cultivo de banana, café,arroz e feijão ganha destaque entre os produtores, mas aexploração madeireira é fonte de renda paraos grandes empresários, com os quais há disputa de terras. A Secretaria de Produção Rural informou que a situação vem sendo acompanhada e que em maio já foi instalado, perto do acampamento, um escritório do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam), para controle e apoio aos agricultores."A abertura darepresentação do Idam era uma reivindicaçãoantiga das famílias que moram na região, isoladas e que não tinham a quem recorrer", disse o secretário Eron Bezerra.Segundo o Incra, o processo paraassentamento dos cadastrados já estáem andamento e na semana passada foram liberados os créditos de R$ 942 mil.