Gláucia Gomes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Orelator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo no Senado, Demóstenes Torres (DEM-GO)afirmou hoje (15) que há evidência de“conluio” no contrato publicitário entre a FS3Comunicação e a Empresa Brasileira de Infra-EstruturaAeroportuária (Infraero). A Comissão, que investigairregularidades denunciadas por representantes do MinistérioPúblico Federal, da Controladoria Geral da União e daPolícia Federal, ouviu um dos donos da FS3 Comunicação,Ettore Fernandino Casória. A empresa foi contratada pela Infraero paraimplantar um sistema de gerenciamento de mídia nos aeroportosdo país.Indagado sobre detalhes do contrato feito sem licitação, Casória negou irregularidades e também vantagens supostamente oferecidas para a escolha pela Infraero. Ocontrato, no valor de R$ 26,8 milhões, foi assinado em dezembro de 2003 e suspenso em dezembro de 2005. “Hoje existemalgumas pendência judiciais por causa de atrasos no pagamento”,disse Casória.Parao relator da CPI, ficou “evidente” a avaliação doMinistério Público e do Tribunal de Contas da União(TCU) de que o contrato não valia mais do que R$ 2 milhões ou R$ 3 milhões –“o resto foi gordura, o que se chama corrupção”,disse o senador.
“Nãoé que o sistema seja ruim: o sistema é criminoso,porque foi criado com o objetivo de facilitar essa empresa, quepossivelmente tenha como sócios pessoas ligadas à Infraero”, sugeriu Torres, para quem "a idéia era boa, o preçoé que era muito grande”.
Orelator informou que a CPI pedirá quebra de sigilobancário dos supostos envolvidos para rastrear o dinheiro,porque esse esquema, segundo Torres, “só pode terbeneficiado a diretoria [da Infraero]".