Marcos Chagas*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os resultados das perícias nos documentos apresentados ao Conselho de Ética pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), serão entregues pela Polícia Federal na segunda-feira (20). O senador Renato Casagrande (PSB-ES), um dos relatores que investigam se Calheiros teve contas pessoais pagas por terceiros, informou que, hoje, foram encaminhados à PF os documentos entregues pela jornalista Mônica Veloso, com quem Renan Calheiros teve uma filha, e que recebia pensão informal de R$ 12 mil.A previsão, no início da semana, é que os peritos encaminhassem a documentação ao conselho nesta quinta-feira. "Para nós esse atraso de dois ou três dias não altera o cronograma de apresentar nosso relatório ao Conselho de Ética até o final do mês", esclareceu o relator.Segundo ele, é necessário que os peritos realizem o cruzamento dos dados fornecidos pela jornalista das datas de recebimento das pensões com o material apresentado pelo presidente do Senado. "A perícia tem um peso de 60% a 70% na nossa decisão e é fundamental que seja feita com muita consistência, com avaliações profundas, para que não haja nenhuma injustiça na hora de elaborarmos o relatório", ressaltou o relator.A Mesa Diretora do Senado deve analisar nesta quinta-feira a terceira representação contra o presidente da Casa. Trata-se de um pedido do Democratas e do PSDB para que o Conselho de Ética investigue se Calheiros teria comprado emissoras de rádio em Alagoas e utilizado "laranjas" nestas aquisições. Em Maceió (AL), o usineiro João Lyra, que afirma ter sido sócio de Renan nestes empreendimentos, será ouvido pelo corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP).Mais cedo, o ministro da Justiça, Tarso Genro, criticou o vazamento de informações sobre a perícia da Polícia Federal. Indagado pelos jornalistas se ele teria recebido da PF alguma informação sobre o assunto, Tarso disse que não. "Não e inclusiveestranho que estejam circulando informações a respeitodesse laudo. Depois que o laudo for entregue eu inclusive vouverificar - não evidentemente com jornalistas, que têm odireito de manter as suas fontes preservadas, - mas eu vou verificardentro do Instituto de Criminalística. Se essas informaçõessão verdadeiras alguém passou essas informaçõesindevidamente", criticou.