Desinformação evita maior participação feminina nos esportes paraolímpicos, diz chefe da missão brasileira

15/08/2007 - 20h00

Sabrina Craide*
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Dos 239 atletas que compõem adelegação brasileira nos Jogos Parapan-Americanos, 69 são mulheres (28,8% do total). Nos Jogos Pan-Americanos, esse percentual chegou aos 42,7%.De acordo com o chefe da Missão Brasileirano Parapan, Alberto Martins, a desinformação é o queimpede as mulheres com deficiência a praticarem esportes. Ele diz que a própria família, pordesconhecimento, tem receio de deixar as meninas saírem para esse tipo deatividade.Embora admita que aparticipação feminina ainda não é expressiva, ele diz que o aumento do número de mulheres emjogos e competições regionais deve ser comemorado. Isso se explica, segundo Martins,à divulgação que está sendo feita sobre o esporte paraolímpico no Brasil.“O desporto paraolímpico sofre da carênciade mulheres no mundo todo. Mas, nos últimos anos, temos desenvolvido bastanteas modalidades para que as mulheres possam participar. Acreditamos que essenúmero tem aumentado bastante no Brasil”.A atleta Roseane Santos, conhecida comoRosinha, medalhista de bronze no arremesso de peso no Parapan, também acreditaque a ausência feminina no esporte se deve à falta de conhecimento. “Muitas vezes, elas não sabem que existe o desporto paraolímpico. Masisso já está começando a acontecer. Eu acredito que, pelo fato de o Parapan serno Brasil, vai crescer muito o desporto paraolímpico”.No Parapan, há apenas umamodalidade coletiva para mulheres: a de basquete feminino. O esporte que, proporcionalmente, temmenos brasileiras competindo nos jogos é ohalterofilismo. Dos 18 atletas, trêssão mulheres.No vôlei sentado, há apenas timesmasculinos. Isso, segundo Martins, é porque não houve umnúmero suficiente de equipes dos países participantes para justificar ainclusão do vôlei feminino na competição.No futebol, tanto para cegos comopara quem tem paralisia cerebral, também há apenas timesmasculinos.