Coordenador defende critério de inclusão que tenha "mérito acadêmico"

29/07/2007 - 18h45

Renato Brandão
Da Agência Brasil
São Paulo - O coordenador-executivo da Comissão Permanente do Vestibular da Universidade de Campinas (Comvest), Leandro Russovski Tessler, considera importante criar um método de inclusão social que também leve em conta o mérito acadêmico. A universidade adotou e mantém há três anos um sistema de inclusão social de estudantes de escolas públicas de ensino médio, que possui um viés de inclusão racial, mas não estipula cotas.“A gente não viola os princípios de mérito acadêmico porque a gente não tem cotas. A gente simplesmente trata de uma forma diferente os egressos de escola pública, não reserva vaga pra ninguém. Estes estudantes entram na universidade e acabam tendo um desempenho melhor do que os das escolas particulares, em média, o que é muito importante, porque a universidade busca identificar os melhores talentos para ela”.“Apesar ser um programa de ação afirmativa, não abrimos mão de uma seleção que leve em conta o mérito. E nós confiamos muito no nosso vestibular. Nós achamos que o nosso vestibular  - o que não é regra para todos os vestibulares - é um bom avaliador de mérito. Mesmo que não tivéssemos o Programa de Ação Afirmativa a gente estaria mantendo a proporção entre os egressos de escola pública entre os inscritos e os matriculados”.Ele mostrou-se contrário à reserva de vagas na Unicamp sem considerar o “mérito acadêmico”. “Quando se fala em cota, reserva de vagas, assume-se automaticamente que não importa qual seja a demanda [de inscritos no vestibular], quer-se garantir um número vagas para determinados grupos. Se tivéssemos uma cota de 50% [para alunos de] escola pública, estaríamos violando o princípio de mérito, favorecendo um grupo perante os demais”, acredita.“A gente sabe que não está resolvendo problema social, tampouco de racismo. O que a gente está é possibilitando o acesso às pessoas que não conseguiriam entrar na universidade”, afirmou.