Marcia Wonghon
Repórter da Agência Brasil
Recife - Pesquisadores do Centro AggeuMagalhães, unidade da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em Pernambuco,desenvolveram uma armadilha para capturar ovos do mosquito Culex, conhecidocomo muriçoca, transmissor da filariose. A doença é prelavente em grande parte dapopulação da região metropolitana do Recife. Causa febre, dor de cabeça,inchaço nos membros superiores e inferiores e lesões nos órgãos genitais. O problema é considerado de saúde pública, pois incapacita os indivíduos para o trabalhopor causa das deformações.A eficácia do modelo de combate ao mosquito está comprovada, desde o ano passado, em testes realizados em 146 residências do bairro da Mustardinha, na zona oeste de Recife, quando foram coletados seis milhões de ovos do mosquito. De acordo com a bióloga Rosângela Barbosa, do Aggeu Magalhães, aarmadilha consiste em uma caixa preta com abertura ao meio, que simula umcriadouro natural e protege o mosquito do vento e da luz do sol, contendo nointerior um recipiente com água, biolarvicidas e infusão de gramínea, paraatrair as fêmeas grávidas da espécie."O diferencial, em comparação com outras armadilhas usadas no mundo para captura do Culex, é que essa não exige o uso de energia e se torna econômica para ser adotada tanto pela população quanto pelo poder público", observou Rosângela.
Ela disse que a muriçoca põe, em média, 150 a 280 ovos de uma só vez.Segundo a bióloga, a expectativa é que o invento seja aprovado para utilização em programas de saúde ambiental de todas asprefeituras do estado. “Já estamos trabalhando em sistema de cooperação com a Secretaria de Saúde do Recife, mas queremos ampliar a divulgação do projeto”,destacou.
Em Pernambuco, casos de filariose são freqüentes tanto na capital quanto nos municípios de Olinda, Jaboatão e Paulista.