Após protesto no dia do tabalhador rural, Caixa e MST discutirão assentamento no Rio

29/07/2007 - 10h25

Mariana Rozadas
Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Depois de ocuparem uma agência de auto-atendimento da Caixa Econômica Federal em Campos dos Goytacezes no Dia do Trabalhador Rural (25), membros do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) vão se reunir nesta semana com o gerente regional de governos da Caixa, Carlos Aparecido, para tratar do Assentamento de Dandara dos Palmares, no norte fluminense. O local já abriga 21 famílias do movimento.Os sem-terra reivindicam que a Caixa libere crédito para a construção de casas para outras 200 famílias que aguardam para ser assentadas. O banco diz que, para isso, é preciso saber se essas pessoas poderão ser assentadas de acordo com os critérios do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).Carlos Aparecido, representante da Caixa, considerou a manifestação de quarta-feira (25) tranqüila e explica que houve falha de comunicação entre os representantes do MST e o banco. "Nós já vínhamos conversando e eles ainda não tinham nos encaminhado a documentação necessária para nós analisarmos o que eles querem fazer no local do assentamento e a nós só cabe a parte de habitação. Ao mesmo tempo, nós ainda não temos autorização do Incra para fazer a contratação com eles e o Incra está em greve há praticamente dois meses", explicou.O resultado, segundo Aparecido, é que "está tudo parado com relação ao Incra, a Caixa e o assentamento Dandara, que foi priorizado para que a gente faça as primeiras contratações do crédito aqui da zona rural da nossa cidade". "E acho que ficou claro para eles que o nosso interesse é atender, não só a esse, mas a todos os assentamentos da cidade. Só que pra isso, nós temos que seguir as regras e uma série de procedimentos devem ser atendidos. Assim que forem obedecidos, nós iremos, com prazer, assinar todos os contratos que forem possíveis", disseA integrante da direção estadual do MST, Ironilde Silva, afirma que a documentação necessária para que as outras 200 famílias sejam assentadas já está sendo providenciada. "A partir de agora temos que agilizar todo o processo. As documentações necessárias já estão sendo providenciadas, agora que nós sabemos com clareza o que é preciso. N´so esperamos que as coisas deslanchem com a mesma boa vontade que foi dita", explicou.Na quarta-feira (25), representantes do Movimento dos Sem Terra lembraram o Dia do Trabalhador com manifestações em várias agências da Caixa Econômica Federal de todo o país. Os trabalhadores reivindicaram a liberação de recursos para financianciamento de lavouras e cobraram mais créditos para a agricultura familiar.