Entidade diz que atraso para “vender” o Pan prejudicou número de turistas

24/07/2007 - 21h26

Luiza Bandeira
Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O presidente daAssociação Brasileira do Turismo ReceptivoInternacional (Bito), Roberto Dultra, diz que poucos estrangeirosvieram ao Rio especificamente para assistir os Jogos Pan-Americanos.Os poucos, segundo ele, o fizeram por conta própria, sem aajuda de agentes de viagem. O Comitê Organizador dos Jogos(CO-Rio), critica Dultra, só divulgou as informaçõesnecessárias para montar pacotes turísticos em abril."Nósdeveríamos ter disponibilizado preços de ingressos,horários de competições e todo o cronograma háum ano atrás, para que o Pan pudesse ser promovido como umproduto turístico lá fora", explicou. O CO-Rio foiprocurado, mas não respondeu às críticas atéo fechamento desta matéria.De acordo com opresidente da Associação Brasileira de Agênciasde Viagem (Abav), Luiz Strauss, a proporção deestrangeiros que vieram aos Jogos está dentro do previsto. Dos625 mil turistas que estão na cidade, 20% sãoestrangeiros, segundo ele. Strauss disse que este número -cerca de 120 mil turistas - é 30% maior do que a médiaregistrada no mesmo mês nos anos anteriores.Para ele, apresença de estrangeiros pode não estar sendo percebidapelos cariocas porque o público atraído pelos Jogos temum perfil diferente do que aquele que vem à cidade por lazer,em épocas como Ano Novo e Carnaval. "É um turistaaficionado em esportes, que pode gastar US$ 300 em um ingresso, masnão gasta US$ 20 em um jantar diferente",exemplifica.No entanto, o gerente de Marketing da Embratur,Romualdo Lopes, não acredita nessa diferença de perfil."Esse tipo de turista aproveita os Jogos, mas com certeza tambémvisita outros locais, e até outras cidades próximas.Não acredito que o gasto desse turista seja menor", diz.No final de agosto, a Embratur, em parceria com o Ministériodo Turismo e Fundação Getúlio Vargas, devedivulgar uma pesquisa com os números de turistas estrangeirosque vieram à cidade e com a impressão que eles tiveramdo Rio.A hipótese de que os turistas do Pan movimentempouco a economia da cidade também é refutada pelopresidente do Sindicato dos Bares, Hotéis e Restaurantes doRio (SindRio), Alexandre Sampaio. Ele afirma que o movimento nosestabelecimentos da cidade aumentou 20%. Algumas áreas queesperavam crescimento, porém, não foram beneficiadas,como o bairro da Lapa.Isso acontece, de acordo com ele,porque as competições que envolvem a área docentro da cidade acontecem durante a manhã. "Porém,o carioca tem saído muito mais, em função dasegurança. O próprio nativo da cidade tem usufruídomais das áreas noturnas, o que vai acabar compensando essaexpectativa do empresariado dessas áreas", ressaltou.