Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O governo deve incluirno Plano Plurianual (PPA) 2008/2011 que será enviado aoCongresso, o Programa de Desenvolvimento Macro RegionalSustentável. A informação é do diretor de Planejamento da Agênciade Desenvolvimento do Nordeste (Adene), Enildo Meira. Segundo ele, nesta semana, aárea econômica do governo discute o total a serinvestido.Elaborado em cerca de três anos, o programa prevê o estímulo ao desenvolvimentoeconômico e tecnológico para as regiões Norte,Nordeste e Centro-Oeste.De acordo com Meira, aproposta se baseou nas diretrizes do Plano Estratégico deDesenvolvimento Sustentável do Nordeste e da PolíticaNacional de Desenvolvimento Regional. Ele explicou que essa políticaestabelece linhas gerais e identifica regiões com maiordificuldade de desenvolvimento.O plano é um desdobramentodessa política, com ações específicaspara atender as necessidades regionais. “Entre as diretrizes doPlano Estratégico para essas regiões estão a ampliaçãoda base econômica, investimento em infra-estrutura e estímuloà inovação tecnológica”, disse. Segundo o diretor,a idéia é fortalecer os Arranjos Produtivos Locais, osAPLs, com investimento em capacitaçãoprofissional e em políticas de acesso ao conhecimentotecnológico. “São uma série de açõesque visam resolver os grandes problemas da região: a falta decapacitação e o baixo nível de inovaçãotecnológica”, disse.Os APLs são aglomerações de empresas localizadas em um mesmo território, que apresentam especialização produtiva e mantêm algum vínculo de articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre si e com governos, associações empresariais, instituições de crédito, ensino e pesquisa. O diretor afirmou queos APLs são uma estratégia para que pequenas empresassobrevivam no mercado. “As empresas podem se juntar emcooperativas, participar de capacitação. Isso aumentaas chances daquele setor ter sucesso”, defendeu.No que diz respeito àinovação, a idéia é levar ao produtor aspesquisas tecnológicas, como por exemplo as elaboradas poruniversidades. “A proposta é fazer um trabalho dearticulação entre os pesquisadores e os produtores”,disse. Para Meira, o Nordesteé a região que mais precisa do programa devido àsdificuldades de desenvolvimento. “No Nordeste, os problemas sãomaiores. A região produz 14% do PIB [Produto Interno Bruto,soma de todas as riquezas produzidas no Brasil] e tem 35% dapopulação do país. A disparidade ainda égrande entre o que se produz e o tamanho da população”,afirmou. O diretor afirmou que pararesolver o problema do baixo desenvolvimento do Nordeste e de outrasregiões do país sãonecessárias também outras estratégias. Ele defendeu a criaçãodo Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional, no âmbito dareforma tributária, para que se tenham recursosespecificamente destinados à infra-estrutura e àinovação.Meira lembrou que atualmente jáexistem o Fundo de Desenvolvimento do Nordeste e o FundoConstitucional de Financiamento do Nordeste que se destinam afinanciar empreendimentos produtivos. O diretor acrescentou queoutro entrave ao desenvolvimento do Nordeste é a baixaescolaridade da população. Para ele, o Plano deDesenvolvimento da Educação pode ajudar a melhorar asituação no Nordeste. “Para se ter uma idéia,no Nordeste, segundo dados do IBGE, 40% das pessoas sãoanalfabetos funcionais, as pessoas lêem, mas nãoconseguem interpretar. Isso é um grande entrave para odesenvolvimento da região”, disse.