Ministério da Saúde firma acordo para reduzir preço de remédio usado no tratamento da aids

04/07/2007 - 17h23

Gláucia Gomes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Existemno Brasil 600 mil pessoasportadoras do vírus da aids. Segundo dados do Ministério da Saúde, desse total, 180 mil estão emtratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A partirde agora, o governo federal vai pagar menospor um dos remédios usados no tratamento da doença, o Kaletra. O novo preço vale para a versão em comprimidos, já que antes eram usadas no país as cápsulas . 

Oacordo que permitirá a redução do preço do Kaletra em 29,5% foi assinado pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão, e representantes do laboratórioAbbott, fabricante do medicamento. Com isso, o governo brasileiro vai economizar cerca deR$ 22 milhões com a compra desse remédio.

Oministro Temporão informou que a expectativa é estendera outros medicamentos um acordo semelhante, “negociandopermanentemente com outros laboratórios preços maisadequados, que permitam ao programa brasileiro [Programa NacionalDST e Aids] manter a sua qualidade”.

Segundodados do ministério, estima-se que 31 mil pacientes adultos e1.200 crianças vão usar o Kaletra até o finaldeste ano. Com isso, o governo deve reduzir em R$ 2 mil ocusto do tratamento para cada paciente por ano.

“Agoranós mudamos de cápsula para comprimido. A cápsula exigiarefrigeração, e o comprimido não exige. E, em vez de seis cápsulas, serão quatro comprimidos, émais fácil e aumenta a adesão do paciente. E aeconomia de recursos. Vamos economizar US$ 11 milhões só em 2007 com o novo acordo que foi feito, que éuma redução muito importante”, acrescentou oministro.

Odiretor comercial da Abbott do Brasil, Roberto Alvarenga, disse que o acordo entre o laboratório e o governobrasileiro "simboliza o que pode ser alcançado quando governose empresas conversam, tendo em mente o melhor interesse dospacientes”.

Deacordo com o Ministério da Saúde, somente a cápsula, enão o comprimido do Kaletra, estava incluída no conjuntode medicamentos usados no coquetel antiaids. A distribuição deve começar emsetembro. Até lá, há estoques do medicamento emcápsulas, que irão garantir o abastecimento. Hoje existem 17remédios para o tratamento da doença no país,sendo nove importados e oito nacionais.