Kelly Oliveira
Enviada especial*
Fortaleza - A merenda escolar poderia ser mais enriquecida com alimentos da cultura regional, se as escolas pudessem comprar alimentos de produtores rurais. Essa é a opinião do coordenador do Programa Municipal de Alimentação Escolar de Fortaleza, Carlos Vasconcelos. Segundo ele, atualmente a legislação impede a comprar dos produtores locais, "em virtude da Lei de Licitações”.Vasconcelos defende a mudança na legislação permitiria comprar alimentos de pequenos agricultores, o que fortaleceria a economia local, e estimularia a introdução de alguns alimentos regionais, como rapadura e galinha caipira, apesar de os alunos do ensino fundamental de Fortaleza já contarem com alguns alimentos regionais como, baião de dois e cuscuz com frango ou charque, por exemplo.O coodenador afirmou ainda que por meio de um convênio com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a prefeitura recebe gratuitamente peixe e mel. Outra estratégia para enriquecer a alimentação e estimular o interesse pelas plantas são as hortas nas escolas municipais. Segundo a nutricionista das escolas da rede municipal, Geórgia Tereza Freitas, foi trocado temperos industrializados pela produção das hortas, que também conta com plantas medicinais.A nutricionista contou ainda que a merenda escolar é balanceada: “O alimento é balanceado, atendendo a s necessidades de proteínas, carboidratos e lipídios. Estamos fazendo um trabalho de educação nutricional para melhorar o hábito das crianças”, disse a nutricionista.O diretor da Escola José Valdivino de Carvalho, Márcio Machado, afirmou ainda que por meio da horta os estudantes aprendem a pesquisar sobre as plantas. “O currículo que preparamos contempla visitas à horta. Eles pesquisam nomes científicos das plantas e a utilidade”, disse Machado. Outra estratégia da escola para atender a necessidade alimentação de qualidade das crianças é oferecimento de merenda mesmo no período das férias de julho. Segundo o diretor, a partir desse ano, os estudantes do município vão à escola nas férias para fazer também reforço escolar, além de se alimentarem. “Muitas dessas crianças estão em risco alimentar”, disse.