Funai confirma que área da transposição do São Francisco é estudada como possível terra indígena

04/07/2007 - 19h42

Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Umgrupo de lideranças dos índios Truká, acompanhado derepresentantes de entidades do movimento indígena, foi recebidohoje (04) pela diretora de Assuntos Fundiários da FundaçãoNacional do Índio (Funai), Maria Auxiliadora Leão. Segundo aassessoria de imprensa da Funai, a reunião não tevecaráter deliberativo e serviu apenas para que a entidadeouvisse as reivindicações dos índios.

OsTrukás, que participaram do acampamento emprotesto contra a transposição do Rio SãoFrancisco, em Cabrobó, encerrado hoje, dizem que a área onde as obrasestão sendo realizadas é seu território de ocupação tradicional.Eles exigem a agilização da demarcação da área como terra indígena.

Deacordo com a Funai, a terra dos Trukás, comextensão aproximada de 5.800 hectares, já estádelimitada e regularizada desde 2002. No entanto, há uma áreaque está em revisão de limite, que corresponde, de fato, ao localonde estão sendo iniciadas as obras do São Francisco. A Funai confirma que existe um estudo em curso para verificar essasituação.

AFunai ainda não se posicionou sobre o processo de transposiçãodo Rio São Francisco. Em nota, o Conselho IndigenistaMissionário (Cimi) diz que houve negligência da Funai edo Ministério da Integração Nacional com objetivo deapressar a obra.

“OCimi avalia que o fato de ninguém da Funai negar conhecimentodo pleito indígena evidencia a má-fé do governoFederal em relação ao local de inicio das obras”,afirma a entidade. A Funai não quis comentar as declarações.

Segundoo Cimi, a Funai comprometeu-se a enviar um antropólogo para aárea. A assessoria de imprensa da fundação dizque isso ainda não está definido.