Mylena Fiori
Enviada especial
Lisboa (Portugal) - A UniãoEuropéia pretende dar novo impulso às negociações com o Mercosul apartir da parceria estratégica com o Brasil. As conversas sobre o acordo bilateral entre os dois blocos estão paradas desde 2004.“O Brasil é central para o sucesso dasnegociações, uma prioridade estratégica da União Européia que não foiconcluída devido à falta de progressos no capítulo comercial. Aliderança positiva do Brasil pode fazer avançar as negociações com oMercosul”, diz a proposta de parceria apresentada pela ComissãoEuropéia ao Parlamento Europeu, que será entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na quarta-feira (4), durante a Cúpula Brasil-UE, em Lisboa.Odocumento afirma que o fortalecimento das relações políticasentre Brasil e os 27 países da União Européia contribuirá paraa integração dentro do próprio Mercosul. “A importância e a influênciado Brasil e de seu vasto mercado no Mercosul é evidente. Reforçar arelação política da União Européia com um país com tamanha importância ajudará na integração intra-Mercosul, assim como nas relações UE-Mercosul”.Oseuropeus também deixam transparecer críticas à lentidão naefetiva consolidação do mercado comum no Cone Sul. “Há um crescente sensocomum entre os formadores de opinião do Mercosul de que o grupo precisaelevar seu nível de ambição e efetividade, inclusive desenvolvendo suadimensão política e de política externa”, diz a proposta, destacando que o sucesso das negociações do Mercosul coma União Européia depende do progresso da integração política e econômica dentro do bloco sul-americano.A proposta também sugere o aprofundamento de questões comerciais na esfera bilateral. “Afutura parceria Brasil-UE é uma oportunidade para tratar questõesbilaterais específicas complementares às discussões enter UE eMercosul, tais como propriedade intelectual, política industrial ecooperação regulatória, assim como consultas nas áreas sanitária efitossanitária”, detalha a propôs européia.Saiba mais sobre a proposta européia para a parceria estratégica, que tem um capítulo dedicado às fontes energéticas, e sobre o histórico do diálogo entre Brasil e Europa.