Lula critica países ricos e diz que subserviência acabou

02/07/2007 - 0h52

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silvacriticou hoje (2) os países ricos por não aceitarem reduzir ossubsídios agrícolas e afirmou que a interrupção das conversas no âmbitoda Rodada Doha, da Organização Mundial do Comércio (OMC), é sinal deque “o momento da subserviência” acabou.Lula explicou que, durante as negociações, a UniãoEuropéia não aceitou reduzir suas taxas e os Estados Unidos não abrirammão dos subsídios que concedem aos seus agricultores, como querem ospaíses em desenvolvimento. De acordo com o presidente, nos últimos trêsanos, os norte-americanos investiram US$ 15 bilhões em subsídiosagrícolas e propuseram elevar o montante para US$ 17 bilhões. “Na verdade, eles [Estados Unidos] não queriamdiminuir, eles queriam aumentar. A União Européia falou, falou, falou,mas, na hora de apresentar a carta que estava no bolso, não apresentou.Eles queriam que nós reduzíssemos o coeficiente dos produtosindustriais, para mais produtos dos países desenvolvidos entrarem no Brasil”, disse Lula, ao participar da comemoração aos 50 anosda empresa Scania  no país, em São Bernardo do Campo (SP).A falta de um acordo entre as nações ricas e pobressobre a redução dos subsídios agrícolas fez com que Brasil e Índiasuspendessem, no mês passado, na Alemanha, diálogo com os europeus enorte-americanos. Os quatro países, que formam o G4, lideravam asnegociações na Rodada Doha. “Tivemos, pela primeira vez, a coragem de não cederaos interesses das economias desenvolvidas. Nós fizemos questão dedizer que tinha acabado aquele momento da subserviência. Queríamos sertratados em pé de igualdade”, completou o presidente a respeito dadecisão de Brasil e Índia.