Europa vê "benefícios mútuos" em cooperação com Brasil nas energias renováveis

02/07/2007 - 13h50

Mylena Fiori
Enviada especial
Lisboa (Portugal) - O documento com as propostas da União Européia para a parceria estratégica com o Brasil menciona a possibilidade de ampliar a cooperação no Haiti – onde o Brasil lidera missão de estabilização há três anos – e sugere trabalho conjunto em fóruns internacionais para fazer avançar as discussões de um acordo global para redução de gases poluentes após 2012, quando expiram as metas do Protocolo de Quioto.A União Européia também propõe ao Brasil a cooperação em países de língua portuguesa, em áreas como a energética – a exemplo de acordo firmado em março deste ano entre Brasil e Estados Unidos, para produção de biocombustíveis. A cooperação nesse setor é detalhada em capítulo próprio. A proposta européia trata como prioridade o uso de energias renováveis.“Brasil e União Européia compartilham a convicção de que a cooperação nessa área pode oferecer benefícios mútuos”, diz o texto, destacando ainda que a Conferência Internacional de Biocombustíveis, quinta-feira (5), em Bruxelas, será uma oportunidade para ampliar a parceria entre as duas regiões.A Europa ainda elogia os esforços brasileiros no combate à pobreza e sugere que o Brasil divida com outros países latino-americanos – especialmente na América do Sul - sua experiência em “soluções inovadoras diante dos desafios da pobreza, desigualdade, exclusão social, proteção social e trabalho decente para todos”. “O peso demográfico e o desenvolvimento econômico fazem do Brasil um líder natural na América do Sul e um jogador chave na América Latina”, avaliam os europeus.A Europa sugere ainda reforçar a cooperação em setores e áreas de interesse mútuo como questões econômicas e financeiras, sociedade da informação, transportes aéreos, transportes marítimos, ciência e tecnologia e navegação por satélite.A partir do lançamento da parceria estratégica, que ocorrerá durante a cúpula Brasil-União Européia, quarta-feira (4), em Lisboa, as duas regiões passarão a tratar da estruturação do diálogo bilateral, com a definição de áreas prioritárias para aprofundar a cooperação.