Após prisões, Polícia Federal mantém investigações da Operação Hiena

03/06/2007 - 9h56

Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Manaus - A PolíciaFederal deve manter nos próximos dias o ritmo dasinvestigações da Operação Hiena, queculminou, esta semana, na prisão de dois auditores fiscais, umtécnico da Receita Federal, dois procuradores da FazendaNacional e três empresários por sonegaçãode impostos, em Manaus.O delegado responsável peloinquérito, Guilherme Farias, informou que pelo menos dezpessoas podem ser chamadas a prestar depoimento até o fimdeste mês, quando as investigações devem serconcluídas."Ainda não é possívelfalar sobre o número exato dos envolvidos nesse esquema desonegação de impostos, mas a princípio temosnomes de dez suspeitos que serão intimados a qualquer momentopara depor. Não podemos divulgar esses nomes sob pena deprejudicarmos o andamento das investigações",informou o delegado.De acordo com a Polícia Federal,apenas um dos envolvidos no esquema não teve seu pedido deprisão prorrogado – o empresário Geraldo RibamarBrandão porque, segundo Farias, foi quem mais contribuiudurante os depoimentos dos presos."O empresárioGeraldo Brandão foi o único que eu não pedi aprorrogação de prisão porque, durante seudepoimento, ele forneceu informações importantes paraelucidar questões relacionadas à sua empresa, parte doquebra-cabeça que estamos desmontando", disse.Segundoo delegado Guilherme Farias, o empresário atuava comointermediário da empresa em que trabalhava, a Showa do Brasil,e o escritório do procurador da Fazenda Nacional HaroldoJatahy de Castro. Com a ajuda dos servidores da Receita Federal,Brandão direcionava processos relacionados a dívidastributárias com a União.A OperaçãoHiena teve início em agosto de 2006, quando a PolíciaFederal promoveu a Operação Saúva, tambémem Manaus, onde foi desmantelada uma organizaçãocriminosa formada por empresários do ramo de distribuiçãode gêneros alimentícios, que fraudava licitaçõesem diversos órgãos municipais, estaduais efederais.Nesta época, documentos suspeitos da ReceitaFederal foram encontrados na casa do auditor fiscal Sandoval FernandoCardoso de Freitas, suspeito atualmente de ser o líder daquadrilha descoberta na Operação Hiena.Segundoa Polícia, os suspeitos usavam um escritório deadvocacia como fachada para atrair empresários e beneficiá-losem fiscalizações. Os servidores da Receita tambémelaboravam documentos que permitiam a sonegação deimpostos. Numa previsão inicial, a Polícia Federalestima que a União tenha deixado de recolher algo em torno deR$ 50 milhões devido a atuação da quadrilha.Entre as principais acusações aos suspeitos estãoa de formação de quadrilha, estelionato, falsidadeideológica, tráfico de influência e corrupçãoativa.