Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente LuizInácio Lula da Silva disse hoje (28) que o Brasil precisa daconstrução de novas companhias siderúrgias e que há espaço para investimentos no setor. Na cerimônia de abertura do 20º Congresso Nacional de Siderurgia, em São Paulo, Lula sugeriu: "Estána hora de construir uma siderúrgica no Maranhão,acho que está na hora de a gente pensar na siderúrgicado Ceará”. O Brasil, acrescentou, também precisa fazer parcerias com outros países da América do Sul, "para produzir cada vez mais aço". Ao mesmo tempo, destacou como responsabilidade a de preparar o país "não apenas para atender ao seu mercadointerno, mas também para atender ao mercado interno de paísesque não têm um forte setor siderúrgico”. Para o presidente, as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)serão grandes consumidoras do aço a ser produzido no país nos próximos anos. “Se a genteimaginar que só na questão da logística, comrodovias, ferrovias, portos, hidrovias e aeroportos, estamos investindo R$ 58 bilhões; se nósimaginarmos que na geração, transmissão,petróleo, gás e combustíveis renováveis,estamos investindo R$ 274 bilhões; e se imaginarmos que parasaneamento básico, habitação, recursos hídricose metrôs tem mais R$ 170 bilhões, tudo isso em 10anos”, afirmou, "teremos encontrado o jeito de o Brasil crescer de forma ordenada e planejada".Segundo Lula, o Brasil não pode "ficar sentado em berço esplêndido, ficar olhando aChina crescer, ficar olhando prazerosamente a Vale do Rio Doce enchernavios cada vez maiores de minério, quando esse minériopoderia sair daqui com um pouco mais de valor agregado, pelo menosgusa, ou quem sabe chapa, ou quem sabe laminado”. O presidente alertou também que “se um país como o Brasil não estiverde olho para se introduzir na África como setor tecnológico, setorindustrial, não pense que os chineses vãoesperar o Brasil tomar uma decisão – eles vão ocupar”.E acrescentou que o continente terá 1,3 bilhão de habitantes em 20 anos e que "nós teremosalguns milhões de consumidores que vão quererconstruir, que vão consumir energia, que vão querercomprar, um espaço que o Brasil pode tranqüilamentetrabalhar”.