Paulo Montoia e Renato Brandão
Da Agência Brasil
São Paulo - A cidade de São Paulo foi escolhida para dar início hoje(28) ao segundo ano da campanha Esta Saudade Pode Ter Fim, para localizarcrianças, adolescentes e jovens desaparecidos no país, realizada pelaSecretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República (Sedh) emparceria com o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente(Conanda), com patrocínio financeiro e apoio da Caixa Econômica Federal (CEF). Oestado de São Paulo registra anualmente um quarto de todos os casos de desaparecimentos em delegacias do país.O ministro da Sedh, Paulo Vannuchi, que lançou acampanha em São Paulo, disse que o governo federal estima em 40 mil o total decrianças, jovens e adolescentes que desaparecem cujo registro é feito emdelegacias do país. “Felizmente, três quartos (dos casos) envolvem retorno,muitas vezes envolvendo conflitos, violência doméstica e desajustes dentro dolar. Mas em 25% dos casos (o desaparecimento) se prolonga e envolve crimes dealtíssima violência”, disse o ministro.A delegada Gislaine Doraide Ribeiro Pato, da Delegacia dePessoas Desaparecidas do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), informou que no ano passado foram registrados 20mil desaparecimentos no estado de São Paulo, de todas as idades. Desse total,9.235 casos foram de crianças, adolescentes e jovens até 18 anos de idade, dosquais 6.906 foram solucionados. Permaneceram insolúveis 2.329 casos. O governopaulista mantém um projeto próprio, o Caminho de Volta, que assim como a campanhafederal faz parte da Rede Nacional de Identificação e Localização de Crianças eAdolescentes Desaparecidos (Redesap). O programa paulista mantém um banco genéticode pais e parentes de desaparecidos para ajudar a identificar criançasencontradas ou localizá-las em instituições públicas.Neste segundo ano da campanha federal, a Sedh distribuirá6,8 milhões de folhetos dobrados, com foto e registro de 52 casos maisrecentes de desaparecimentos, principalmente dos últimos três anos, pois são osque permitem reconhecimento razoável a partir das fotos. Depois de algunsanos as mudanças fisionômicas aumentam. “Distribuiremos a entidades, como a de transportesde ônibus, de caminhões, que circulam pelo Brasil, e podem levar essas fotos, que reconhecendo imediatamente podem comunicar ao serviço disque 100, de qualquertelefone do Brasil, sem ter de pagar nada. O Disque 100 encaminha a denúncia, ainformação, para uma equipe especializada que fará a comunicação à polícia ouao juízo, à Vara da Criança e do Adolescente”, acentuou Vannuchi.A campanha teve início hoje nas 29 agências da Caixa naregião mais central da capital e será gradualmente expandida na rede nacionaldo banco. Além dos folhetos para entrega individual, a campanha inclui cartazespara fixação nas agências da Caixa e em casas lotéricas, reforçando o número telefônico do Disque 100.