Professores de Unesp e Unicamp avaliam apoio a protesto da USP

28/05/2007 - 16h28

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Servidores e professores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp) vão fazer esta semana assembléia para discutir se devem apoiar os protestos iniciados na Universidade de São Paulo (USP) contra cinco decretos do governador do estado, José Serra. As medidas alteram as regras de administração, orçamento, contratação e salários em universidades paulistas.Estudantes da Unesp mantêm ocupado um bloco do Instituto de Geociências e Ciências Exatas do campus universitário de Rio Claro, no interior paulista. Milton Prado, da Associação dos Docentes da Unesp (Adunesp), explicou que o processo está mais lento no interior porque envolve uma série de campi. Segundo ele, todas as universidades estão lutando pela mesma pauta de reivindicações tirada do Fórum das Seis (que reúne as entidades sindicais de professores e servidores das universidades estaduais) . "Somos contrários à quebra de autonomia das universidades, queremos mais recursos para infra-estrutura, melhoria salarial e melhores condições de assistência aos estudantes", resumiu.Ele informou que além das deliberações dos campus de Ilha Solteira, Marília e Araraquara, serão realizadas assembléias em Assis e Bauru hoje (28). Amanhã, elas ocorreram em Ribeirão Preto e Presidente Prudente e, quarta-feira, em Jaboticabal. Ele confirmou que está mantida a ocupação parcial de instalações da Unesp, em Rio Claro. De acordo com a assessoria de imprensa da Unesp, de um total de 32 faculdades em 23 cidades e sete unidades complementares, da Unesp, as atividades estão paralisadas em duas faculdades, no campus de Araraquara. Em outras duas no mesmo campus há atividade parcial: a Faculdade de Ciências e Letras e a de Ciências Farmacêuticas. As demais vão realizar assembléias para decidir sobre o assunto.A assessoria da Unesp não tem um levantamento detalhado da situação em todos os campi. Em Botucatu, por exemplo os servidores da Unesp pararam no Instituto de Biociências e os alunos da Faculdade de Medicina iriam fazer assembléia na tarde desta terça-feira (29). Em Marília, onde foi deliberado greve, está em definição em quais setores serão mantidas as atividades. Em Bauru, as atividades são parciais em três faculdades, mas em cada uma delas há uma situação específica. Na Faculdade de Ciências, a greve é de professores; na Engenharia, de servidores; e na Arquitetura, Artes de Comunicações, de funcionários e professores.A situação é semelhante na Unicamp, conforme informou o professor Valério José Arantes, presidente do sindicato dos professores. Entre as faculdades parcialmente paralisadas, segundo revelou, estão a Faculdade de Educação e o Instituto de Filosofia. "Nesta última, inclusive, foi realizado um enterro simbólico do Pinotti", revelou o acadêmico, em referência a José Aristodemo Pinotti, escolhido pelo governador do estado, José Serra, para assumir a Secretaria de Ensino Superior, pasta criada pela série de decretos assinados em janeiro.