Zuleido se recusa a depor e continua preso

26/05/2007 - 14h50

Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O empresárioZuleido Veras, dono da Construtora Gautama, recusou-se a depor noSuperior Tribunal de Justiça e vai continuar preso nacarceragem da Superintendência da Polícia Federal, pordeterminação da ministra Eliana Calmon, responsávelpelo inquérito dos acusados de corrupção presospela Operação Navalha.Zuleido é oterceiro investigado que se nega a prestar depoimento. Os outrosforam dois sobrinhos do governador do Maranhão, Jackson Lago,liberados posteriormente por habeas corpus do SupremoTribunal Federal (STF): Francisco de Paula Lima Junior e AlexandreMaia Lago.Zuleido deveria terprestado depoimento após uma parada para almoço,realizada depois que Maria de Fátima Palmeira, diretoracomercial da Gautama, acabou de depor. Mas o empresário entrouna sala e saiu logoem seguida. Entrou no camburão da PF eseguiu para a prisão. Lá deverá ficar assim comoFátima, que recebeu ordem de permanecer presa até que odepoimento dele fosse encerrado.Segundo asinvestigações da PF, Fátima era o braçodireito de Zuleido, apontado como mentor do grupo acusado de fraudarlicitações e desviar recursos públicosdestinados a obras públicas e programas sociais como o Luzpara Todos. Ambos foram presos no último dia 17, durante aOperação Navalha.Zuleido seria o 39º dos47 presos a prestar depoimento. Ainda faltam o filho dele, Rodolphode Albuquerque Soares de Veras; o engenheiro e diretor da empresaAbelardo Sampaio Lopes Filho; o diretor financeiro Gil JacóCarvalho Santos; Dimas Soares de Veras, que além de empregadoda construtora é irmão de Zuleido; a secretáriada Gautama, Tereza Freire Lima; o funcionário Henrique Garciade Araújo, que, segundo a PF, administra uma fazenda usadapara legalizar o dinheiro obtido com os delitos mediante a compra evenda de gado e de João Manoel Soares Barros, tambémfuncionário da Gautama.Até o momento, o únicoinvestigado preso que não foi ouvido é o deputadodistrital Pedro Passos (PMDB), que obteve habeas corpus doSupremo Tribunal Federal (STF). Segundo a assessoria do STJ, atéo momento, Passos não formalizou a intenção dedepor. Ele deveria ter sido ouvido na última quarta-feira, masfoi solto na noite anterior por causa do habeas corpus, concedidopelo ministro Gilmar Mendes. No mesmo dia, a ministra Eliana Calmonretirou o nome do distrital da relação de depoentes poracreditar que, uma vez solto, ele não voltaria ao STJ paradepor.Mendes, que foi questionado por conceder liberdade asuspeitos presos pela PF, criticoudurante a semana o vazamento de informações sigilosasda investigação. A afirmação do ministrofoi feita após gravações divulgadas pelaimprensa e possivelmente feitas pela Polícia Federal, em queaparece um nome igual ao dele. Não há detalhesconfirmados sobre a gravação e se ele significa algumalinha de investigação. Segundo Mendes, isso seria umatentativa de amedrontá-lo por conta dos julgamentos de habeascorpus relacionados à investigação.