Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Terminou há pouco o depoimento da diretora comercial da Construtora Gautama, Maria de Fátima Palmeira. Interrompido na noite de ontem (25), foi reiniciado às 9h25 de hoje. Ao todo, durou quase nove horas. A ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) responsável pelo inquérito, Eliana Calmon, manteve a prisão de Fátima pelo menos até que termine o próximo depoimento, do empresário Zuleido Soares Veras, dono da Gautama.Segundo as investigações da Polícia Federal (PF), Fátima é o braço direito de Zuleido, apontado como mentor do grupo acusado de fraudar licitações e desviar recursos públicos destinados a obras públicas e programas sociais como o Luz para Todos. Ambos foram presos no último dia 17, durante a Operação Navalha.Fátima permanece no edifício do tribunal. A ministra determinou uma pausa para almoço antes de ouvir Zuleido, 39º dos 47 presos a prestar depoimento.Para a próxima segunda-feira (28), estão previstos os depoimentos dosúltimos sete dos 47 presos pela Polícia Federal. Serão ouvidos o filhode Veras, Rodolpho de Albuquerque Soares de Veras; o engenheiro ediretor da empresa Abelardo Sampaio Lopes Filho; o diretor financeiroGil Jacó Carvalho Santos; Dimas Soares de Veras, que além de empregadoda construtora é irmão de Zuleido; a secretária da Gautama, TerezaFreire Lima; o funcionário Henrique Garcia de Araújo, que, segundo aPF, administra uma fazenda usada para legalizar o dinheiro obtido comos delitos mediante a compra e venda de gado e de João Manoel SoaresBarros, também funcionário da Gautama.Até o momento, o único investigado preso que não foi ouvido é o deputado distrital Pedro Passos (PMDB), que obteve habeas corpus do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a assessoria doSTJ, até o momento, Passos nãoformalizou a intenção de depor. Ele deveria ter sido ouvido naúltima quarta-feira, mas foi solto na noite anterior por causa do habeas corpus, concedidopelo ministro Gilmar Mendes. Nomesmo dia, a ministra Eliana Calmon retirou o nome do distrital darelação de depoentes por acreditar que, uma vez solto, ele não voltariaao STJ para depor.Mendes, que foi questionado por conceder liberdade a suspeitos presos pela PF, criticoudurante a semana o vazamento de informações sigilosas da investigação. A afirmação doministro foi feita após gravações divulgadas pela imprensa epossivelmente feitas pela Polícia Federal, em que aparece um nome igual ao dele. Não há detalhes confirmados sobre agravação e se ele significa alguma linha de investigação. SegundoMendes, isso seria uma tentativa de amedrontá-lo por conta dosjulgamentos de habeas corpus relacionados à investigação.