Brasil defende critérios "transparentes" na escolha dos dirigentes do Banco Mundial e FMI

26/05/2007 - 13h15

Edla Lula
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, manifestou hoje (26), formalmente, aposição do governo brasileiro contra osatuais critérios no processo de escolha dos dirigentes deinstituições financeiras multilaterais.Emcomunicado sobre a reforma no processo de escolha dos presidentes doBanco Mundial (Bird) e do Fundo Monetário Internacional (FMI), Mantega afirmou que os diretores dessesorganismos devem ser definidos "segundo processos abertos etransparentes, sem restrição a candidaturas em funçãoda nacionalidade".A posição do Brasil écompartilhada pelos membros do G-20 financeiro, grupoque congrega ministros e presidentes de bancos centraisdas economias mais avançadas e dos principais emergentes.Um comunicado semelhante estásendo emitido pelo ministro das Finanças da África doSul, Trevor Manuel, atual presidente do G-20, e pelo secretáriodo Tesouro da Austrália, Peter Costello, segundo Mantega.De acordo com os critérios adotados desde a criação das duas instituições, há 60 anos, a presidência do Banco Mundial éocupada por um cidadão norte-americano, indicado pelopresidente dos Estados Unidos, e o diretor-gerente do FMI éescolhido por indicação dos principais países daEuropa Ocidental.Diz a nota: "O governo brasileiro entende que tal costume não encontrafundamento na realidade contemporânea, constituindo anacronismoque deve ser superado no contexto das instituiçõesfinanceiras multilaterais. Num momento em que a legitimidade, arepresentatividade e a eficácia do Banco Mundial e do FMIprecisam ser restauradas, seria de lamentar que a escolha do novo presidente do Banco Mundial não fosse baseada no méritode candidatos apresentados por qualquer dos Estados membros dainstituição".O cargode presidente do Banco Mundial está vago desde que PaulWolfowitz pediu demissão, após denúncia de favorecer a própria namorada e ex-funcionária do banco com promoções. Wolfowitz estava na presidência do BancoMundial desde 2005. Antes disso, foi membro do Pentágono eajudou na formulação da estratégia para a invasão ao Iraque.Ocomunicado divulgado hoje pelo Ministério da Fazenda diz quea posição do G-20 é reforçada "àluz dos recentes acontecimentos no Banco Mundial".