Ministro diz que seu envolvimento nas fraudes é "uma suposição"

21/05/2007 - 13h06

Érica Santana
Enviada especial
Assunção (Paraguai) - O ministrode Minas e Energia, Silas Rondeau, nega a existência de provasde seu envolvimento nas fraudes descobertas pela PolíciaFederal através da Operação Navalha. Em Assunção(Paraguai), onde participa de visita de negócios do governobrasileiro, ele disse que, quando muito, há uma “suposição”.Naquinta-feira, quando a operação foi deflagrada, doisassessores do ministério (Sérgio Luiz Pompeu de Sáe o chefe de gabinete Ivo Almeida Costa) foram presos – o segundofoi exonerado no mesmo dia. No fim de semana, imagens e diálogosveiculados pela imprensa reforçaram a suspeita de que oministro esteja envolvido, pois teria recebido propina de R$ 100 milda construtora Gautama, do empresário Zuleido Veras (tambémpreso) por facilitar licitações do programa Luz ParaTodos.“Podehaver uma suposição. Eu não acredito que aPolícia Federal tenha dito isso [que ele estáenvolvido], porque teria que haver uma prova”, afirmou Rondeau ontem (20), no Paraguai.O ministrotambém se disse à vontade para permanecer no cargo, pornão ter o que temer. “Estou absolutamente convicto de quenão existe nada que venha comprometer [minha situação],e isso aí vai ser provado na Justiça”.Outra prisãoque resvalou no Ministério de Minas e Energia foi dodiretor-presidente da Companhia Energética do Piauí(Cepisa), Jorge Targa Juni, empresa vinculada à Eletrobrás.Rondeau determinou seu afastamento na quinta-feira.Aorganização criminosa descoberta pela PolíciaFederal desviou recursos dos Ministérios de Minas e Energia;Planejamento; Integração Nacional; Cidades; e doDepartamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit). Oesquema passava por dez estados e o Distrito Federal, envolvendocrimes como fraudes em licitações, corrupçãopassiva e ativa, tráfico de influência e lavagem dedinheiro, segundo a PF.Ao todo, 46pessoas foram presas. Os acusados começaram a depor hoje, noSuperior Tribunal de Justiça (STJ). A Polícia Federaltambém acompanha os depoimentos, que são fechadosporque o inquérito corre em segredo de Justiça.