Polícia Federal cede delegado para colaborar com CPI do Apagão Aéreo no Senado

17/05/2007 - 20h12

Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O delegado da Polícia Federal Renato Sayão, responsável pelo inquérito policial que investiga as causas do acidente com o Boeing da Gol, que resultou na morte de 154 pessoas em setembro do ano passado, vai assessorar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado que investiga a crise no setor aéreo.O delegado foi colocado à disposição da CPI pelo diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Lacerda, que recebeu hoje (17) o presidente e o relator da comissão, senadores Tião Viana (PT-AC) e Demóstenes Torres (DEM-GO), respectivamente. Os parlamentares foram à PF pedir oficialmente as informações sobre a crise que atingiu o setor aéreo após o maior desastre da história da aviação no país.“Solicitamos as informações que digam respeito à crise, sobre o possível risco que corre o cidadão brasileiro ao entrar numa aeronave, sobre as razões do acidente da Gol e se há irregularidades no sistema aeroportuário”, informou Tião Viana. Os senadores também foram ao Ministério Público Federal e à Controladoria-Geral da União (CGU) para pedir auxílio aos trabalhos da comissão.Na segunda-feira (21), os representantes da CPI do Senado se encontrarão com o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito. “Com isso, falta agora o TCU [Tribunal de Contas da União], mas tenho certeza que o tribunal também cederá um auditor para que façamos uma grande investigação a fim de apurar as responsabilidades e apontar soluções”, disse Demóstenes Torres.Os dois senadores conversaram ainda com os deputados Marcelo Castro (PMDB-PI) e Marco Maia (PT-RS), respectivamente presidente e relator da CPI da Câmara que investiga a crise do setor aéreo. Demóstenes defendeu que a CPI do Senado “economize etapas”, evitando investigar fatos já apurados pela Polícia Federal e pela Câmara dos Deputados.O relator da CPI no Senado questionou a necessidade de que os pilotos do jato executivo Legacy, que se chocou com o Boeing da Gol, sejam convocados. “Isso é um processo difícil e não é essencial, até porque o inquérito da PF já concluiu que eles também são responsáveis pelo acidente”, disse Demóstenes.