Estrangeiros ajudaram a lotar o estádio e a praça em frente ao Pacaembu

10/05/2007 - 23h54

Renato Brandão
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Em uma das poucas áreas verdes da Praça Charles Miller, em frente ao estádio Paulo Machado de Carvalho (Pacaembu), dezenas de jovens equatorianos e chilenos cantavam e dançavam ao som de um violão. Muitos deles portavam bandeiras de seus países de origem e buscavam passar o tempo até a chegada do papa Bento XVI ao encontro com a juventude católica, no início da noite de hoje (10).Embora os portões do estádio do Pacaembu tivessem sido abertos às 13 horas, muitas pessoas se concentravam do lado de fora. "Espero me encontrar com o Senhor no espírito do papa", disse Evelyn Millar, 17 anos, estudante chilena de Chillan, que veio em uma comitiva com 735 chilenos. "O Brasil é um país abençoado por Deus. A presença do papa Bento XVI traz muito alegria, louvor e paz para todas as pessoas que estão passando por dificuldade", disse Lester Huembes, 44 anos, médico nicaragüense que acompanhava a festa dos chilenos e equatorianos. Ele contou que mora no Brasil há 15 anos e trabalha na pastoral da saúde doSantuário do Terço Bizantino.Apenas 40 mil pessoas poderiam ver o papa dentro do estádio. Eram jovens escolhidos e credenciados pelas dioceses. "Eu não gostei de poder ter pouca gente do lado de dentro [do estádio]", reclamou Andy Gauto, 22 anos, da cidade paraguaio de Coronel Oviedo. Ele disse que a expectativa fica para a missa de amanhã (11) no Campo de Marte.Dentro do estádio, no setor amarelo (arquibancadas), um grupo de argentinos das cidades de Córdoba e La Plata cantava hinos religiosos. Muitos deles vestiam camisas da seleção do país. No setor verde ficaram os paraguaios e peruanos, além de grupos menores do México, da Venezuela e do Uruguai. Todos faziam questão de mostrar bandeiras, camisetas ou algo que lembrasse as cores de cada um destes países. "Montevidéu! 36 horas de ônibus!", gritou uma jovem uruguaia, apoiada nas grades do setor laranja.Entre os brasileiros, centenas de faixas em apoio ao papa eram vistas. "Sim ao cristianismo. Não à modernidade", dizia  uma delas. Outras faziam referência ao local de origem, como Canoinhas (SC), Campos (RJ), Carazinho (RS), Foz do Iguaçu (PR), Jauru (MT), Patos de Minas (MG), Teresina (PI), entre outras. Mil voluntários, usando camisetas verde-amarelas, orientavam o público no gramado, onde ajudaram a fazer um cordão de isolamento nas laterais. Também havia vendedores credenciados pela administração do estádio. Homens do Exército  cercavam a área reservada aos bispos e autoridades. O forte esquema de segurança contou ainda com a Polícia Federal, Polícia Militar e Guarda Civil Metropolitana. Segundo o comando da Guarda Civil Metropolitana (GCM) no local, houve divisão de tarefas entre as forças policiais.