Produção independente ainda tem pouco espaço na TV pública

10/05/2007 - 0h13

Juliana Andrade e Yara Aquino
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - O presidente da Associação Brasileira de Produtores deIndependentes de Televisão (ABPI-TV), Fernando Dias, avalia que  atualmente asproduções alternativas ainda possuem pouco espaço a TV pública. Segundo ele, umdos problemas é que as  emissoras públicas, assim como as comerciais, atuam comoprodutoras e não apenas como difusoras de conteúdo.“Infelizmente no Brasil, quando a TV pública surgiu, elasurgiu querendo ser uma TV comercial, então ela imitou o sistema da TVcomercial de programação”. Outra crítica feita pelo presidente da ABPI-TV é queas TVs públicas disputam verbas públicas com as produtoras independentes. “AsTVs públicas também fazem a captação, só que elas vendem mídia, então é lógicoque elas saem com um caminhão de vantagens na frente”. Segundo ele, a parceria com as produtoras independentestambém poderá representar economia de recursos para as TVs públicasbrasileiras. “Você vai pegar hoje uma televisão que gasta R$ 1 milhão por mêspara desenvolver conteúdos, com a produção independente, esse dinheiro pode virar R$ 5 milhões porque o produtor independentepode buscar parceiros para alavancar mais recursos para aquele projeto”,afirmou, em entrevista coletiva no final da manhã.Sobre a proposta apresentada ontem (8) durante a abertura do fórum pelo ministroda Secretaria de Comunicação Social, Franklin Martins, de que os produtoresindependentes fiquem responsáveis por quatro ou cinco horas diárias deprogramação na rede de TVs públicas, ele disse que “já é o começo”.“Se a gente conseguir quatro, cinco horas de programação no início de umatelevisão a gente já vai ter um sucesso tremendo, a gente está saindo de zeropara cinco”, afirmou. Ele acrescentou que a produção independente vai agregarqualidade à televisão, “porque os modelos que existam no resto do mundopossibilitam que a televisão independente consiga inclusive recursos”.