Encontro com líderes de outras religiões demonstra abertura de Bento XVI, diz xeque

10/05/2007 - 17h53

Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A abertura do papa Bento XVI ao diálogo com outras religiões é positiva para os fiéis de todas as crenças. A afirmação é do xeque Armando Hussein Saleh, representante do islamismo no Brasil, que participou hoje (10), em São Paulo, do encontro realizado entre o papa e representantes de outras religiões. 

De acordo com o xeque, no encontro, que durou cerca de 15 minutos, o papa cumprimentou todos os presentes e entregou uma medalha com a sua imagem e o seu nome. Saleh deu a Bento XVI uma bata como símbolo do patriarcado abraâmico e foi abraçado e beijado pelo papa. O xeque também entregou ao líder católico uma carta que fala sobre a defesa das mulheres no mundo todo. Devido ao curto tempo do encontro, temas polêmicos foram evitados.

Segundo Saleh, o papa parecia estar muito contente em receber os representantes de outras religiões. Para o líder islâmico, ao promover esse tipo de encontro, Bento XVI dá continuidade ao trabalho de abertura iniciado pelo pontífice João Paulo II, que o antecedeu. “Essa abertura do diálogo inter-religioso é positiva para ambos os lados, tanto cristão como muçulmano. Mostra que a Igreja Católica e a religião islâmica estão abertas para o diálogo”, disse ele.

Saleh também destacou a importância dessa aproximação para o bem-estar da humanidade. “O interesse é mútuo tanto por parte dos cristãos quanto dos muçulmanos, porque essas duas religiões têm hoje uma representatividade muito grande no mundo todo. Há interesse em haver transparência e diálogo para uma melhora no bem-estar da humanidade”, concluiu.

Além do xeque Hussein Saleh, participaram do encontro com o papa dom Oneris Marchiori e padre Marcial Maçaneiro, da Igreja Católica Apostólica; reverendo pastor Carlos Möller, do Conselho Nacional das Igrejas Cristãs do Brasil; reverendo pastor Walter Altmann, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil; Metropolita Tarassios, da Igreja Ortodoxa Grega; arcebispo Damaskinos Mansour, da Igreja Ortodoxa Antioquina; arcebispo Datez Karibian, da Igreja Armênia Apostólica; bispo Maurício Andrade, da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil; reverendo Manuel de Souza Miranda, da Igreja Presbiteriana Unida; Antonio Bonzoi, da Igreja Cristã Reformada; e Henry Sobel, da Comunidade Judaica.