José Carlos Mattedi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Com a entrega do requerimento para instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo no Senado, feita hoje (18) pelos partidos de oposição PSDB e DEM, o presidente Renan Calheiros anunciou que vai seguir o regimento interno, e já marcou para a próxima terça-feira (24) uma reunião com os líderes dos partidos para discutir a formação da comissão. “Sou contrário à CPI, mas serei na presidência do Senado um escravo do regimento”, afirmou. A CPI no Senado terá 180 dias para investigar a crise no sistema de transporte nos aeroportos brasileiros. O requerimento protocolado pela oposição tem 34 assinaturas: 15 do DEM; 13 do PSDB; quatro do PMDB; uma do PDT e uma do PSOL. Pelo regimento, a CPI terá a divisão das suas 13 cadeiras assim distribuídas: quatro do PMDB; três do DEM; dois do PSDB; dois do PT; um do PDT e um do PTB. “Teoricamente, o governo tem sete cadeiras, e nós da oposição, seis. Mas vamos buscar a relatoria”, disse o líder do Democratas, José Agripino (RN). Já o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), informou que fez um acordo com o líder do seu partido na Câmara dos Deputados, Antônio Carlos Pannuzio (SP), para que a CPI no Senado ser instalada somente depois da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que vai julgar na quarta-feira (25) mandado de segurança para a instalação de uma CPI nos mesmos moldes na Câmara. “Só montaremos a CPI no Senado depois que ela for implantada na Câmara”, afirmou Virgílio. “A nossa comissão vai proteger a de lá, em caso de endurecimento do governo”. Já a líder do governo no Senado, Roseana Sarney (PMDB-MA), disse que acredita que pode haver ainda um acordo para que a CPI não saia nas duas casas legislativas, ou que seja criada uma Comissão Parlamentar de Inquérito Mista. “O governo está tranqüilo. Agora, em política o diálogo é essencial, por isso vamos procurar os líderes da oposição para ver o que pode ser feito”, assinalou. Roseana adiantou que amanhã (19) o Conselho Político do governo vai se reunir, às 9h30, e a questão da CPI será debatida, e como tentar um acordo com a oposição. “Vamos ver no que vai dar”, disse.