Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Odiretor de Mobilização Social da FundaçãoSOS Mata Atlântica, Mário Cesar Mantovani, defendeu hoje(18) que o processo de reestruturação dos órgãosambientais do Rio de Janeiro seja cercado de cuidados etransparência.O governo estadualelaborou um projeto de reestruturação que vai unificaras três instituições que cuidam do meio ambienteno Rio. Esta semana, a Petrobras assinou um termo pelo qual secompromete a destinar R$ 15 milhões ao projeto dereestruturação da Fundação Estadual deEngenharia do Meio Ambiente do Rio de Janeiro (Feema).“Se tiver um cuidadomuito grande com o contrato e uma liderança muito forte, comoa do Axel [Grael, presidente atual da Feema], que é umambientalista de tradição, eu acho que a gente podefazer grandes avanços”, ressalta o diretor de MobilizaçãoSocial da Fundação SOS Mata Atlântica.Para ele, se odirigente da Feema não fosse o ambientalista Axel Grael, oinvestimento privado no no projeto de reestruturaçãodo órgão poderia gerar pressões sobre aconcessão de licenças. Mantovani destacou, por outrolado, que têm sido registrados grandes avanços na áreaambiental com a própria atividade de petróleo.“Você tem hojemuito mais tranqüilidade para fazer termos de cooperaçãotécnica e outras coisas nesse sentido que viessem trazerganhos para as duas instituições e até mesmopara o povo do Rio de Janeiro.”A FundaçãoSOS Mata Atlântica espera que o processo de reestruturaçãodos órgãos ambientais do Rio passe pela aprovaçãodo Conselho Estadual do Meio Ambiente e especifique quais as áreasque receberão o apoio do setor privado.Na avaliaçãodo oceanógrafo David Zee, a participação daPetrobras no projeto de reestruturação da FundaçãoEstadual de Engenharia do Meio Ambiente (Feema) não cria nenhumtipo de conflito de interesses, embora a estatal tenha projetos cujaviabilização depende do licenciamento do órgãofluminense de fiscalização do meio ambiente.“No meu modo de ver,não existe conflito, uma vez que a gente percebe dentro danova Secretaria de Ambiente do Estado e, principalmente, napresidência da Feema uma personalidade forte e independente”,disse Zee.O ambientalista lembrou que a Petrobras foi multada no ano 2000 por um derramamentode óleo na Baía da Guanabara e “infelizmente, a gentenão percebeu que aquele dinheiro pago de multa revertesseefetivamente em programas de recuperação da Baíada Guanabara”.Para David Zee, com aparceria de agora, a estatal vai possibilitar que “a fiscalizaçãoseja mais eficiente e dê resultados melhores”. “A Petrobrasvai contribuir para equipar uma instituição que, noseu entender, não teve investimentos eficazes para sedesenvolver ao longo dos últimos 15 anos.”